Avanteatro
O Avanteatro surge este ano como o espaço das artes do espectáculo. Neste espaço haverá uma exposição, teatro, marionetas, música, dança e poesia. O programa conta com espectáculos da Companhia de Teatro de Almada, dos Finalistas Escola de Teatro de Cascais, do Teatro Extremo, do Teatro Garcia Marquez e as Marionetas Chão de Oliva. «Guitarra Portuguesa &... Carlos Paredes» é a proposta musical de Luísa Amaro e, a encerrar a noite domingo, actuam Fernanda Lapa, Marta Lapa e a Companhia Bengala.
A Companhia de
Teatro de Almada leva à Festa a peça «Crónica Feminina» de
Jorge Listopad, recentemente estreada no Festival de Teatro de
Almada.
Sobre a peça, que tem encenação de Joaquim Benite e Teresa
Gafeira e é interpretada por Maria Frade, Jorge Listopad afirma:
«Nesta Crónica Feminina (que já foi nome de revista com
tiragem vertiginosa), em vez da heroína Laura, poderia aparecer
um Lauro, Nada há de exclusivamente feminino no texto que não
pudesse ter equiparação masculina, Por isso, a peça não pode
ser nem machista, nem feminista, nem de valor piedoso, nem
hipócrita, nem algo entre o Bem benfeitor e as inteligências do
Mal. Enfim, como diria Laura, nem isto nem aquilo.
O dramaturgo revela ainda que pensou em várias actrizes para
«representarem a tagarela existencial. Coube-me, em sorte, a
Maria Frade. Adoro-a desde que trabalhámos juntos no «Soldado
Chweyk». É mulher e actriz».
António
Assunção foi um dos mais talentosos actores
portugueses, subitamente falecido em Agosto do ano passado. Na
memória do grande público terão ficado os papéis que
desempenhou em séries televisivas, mas foi no teatro que
António Assunção mais se destacou, construindo ao longo dos
anos uma carreira notável.
Estreou-se no Teatro Experimental do Porto e, já em França,
integra o Teatro Português de Paris, onde entre 1967 e 1971
representa a Excepção e a Regra, de Bertolt Brecht, Oh,
Que La guerre est jolie!, Felizmente há luar de Stau
Monteiro e O Grande Fantoche Lusitano. Voltando para
Portugal em 1975, integra-se no Teatro de Animação de Setúbal.
Ali representa a Maratona, Tartufo, de Molière, o Destino
Morreu de Repente, de Alves Redol.
A partir de 1977 junta-se ao Grupo de Campolide, mais tarde
Companhia de Teatro de Almada, onde se manteve durante mais de
vinte anos. Desempenha, entre muitos outros, papéis em 1383 e
Filopópolus, de Virgílio Martinho, O Santo Inquérito
de Dias Gomes, A Noite e Que Farei Com Este Livro de
José Saramago, e a Vida do Grande D. Quixote e do Gordo
Sancho Pança, de José António da Silva
No Avanteatro vai estar presente um exposição sobre a vida de
António Assunção, uma pequena homenagem a este grande actor e
homem do Teatro.