José Valério encerra
três fábricas no Montijo


Os postos de trabalho de 200 pessoas estão postos em causa pela administração do Grupo José Valério, que anunciou o encerramento de três fábricas corticeiras no Montijo a partir de 1 de Setembro, ameaçando os trabalhadores para que rescindam os contratos, aceitando apenas metade do valor das indemnizações legalmente previstas, pois «quem quiser, quer, quem não quiser não leva nada».

A denúncia foi feita na semana passada pela Comissão Concelhia do PCP, num comunicado em que exige «mais respeito por quem trabalha» e expressa a sua solidariedade para com os trabalhadores e a sua preocupação pelas consequências que, a concretizar-se, este encerramento iria ter na «já muito precária» situação do emprego no concelho.
Os comunistas apontam o caminho da luta dos trabalhadores, juntamente com o Sindicato dos Corticeiros do Sul, em defesa dos seus postos de trabalho e dos seus direitos. Nas fábricas «não falta matéria-prima, nem falta mercado», diz a Concelhia.
Um dirigente do sindicato informou que o caso foi comunicado à Inspecção do Trabalho e garantiu à Agência Lusa que os trabalhadores iriam apresentar-se ontem ao trabalho, depois de um primeiro período de três semanas de férias, prolongado quando a administração ordenou o gozo imediato da semana inicialmente prevista para a quadra natalícia.

As três fábricas do Grupo José Valério situam-se na zona industrial do Pau Queimado.


«Avante!» Nº 1344 - 2.Setembro.1999