Bento
Gonçalves
em nome de rua
A Câmara Municipal de Lisboa decidiu homenagear Bento Gonçalves, atribuindo o seu nome à Rua M2 do Bairro do Armador, em Chelas.
A homenagem teve lugar dia 1 de Outubro, cabendo a José Vitoriano, da Comissão Central de Controle do PCP, «dizer algumas palavras» em que começou por considerar a decisão da Câmara como «um acto de justiça» para com um «destacado resistente ao regime fascista».
Bento Gonçalves foi
«um consequente combatente da liberdade pela qual deu a própria
vida, pois viria a morrer com a idade de apenas 40 anos no campo
de concentração do Tarrafal, vítima dos maus tratos e da
deliberada falta de assistência a que estavam submetidos os
presos políticos enviados para esse campo, também conhecido
pelo campo da morte lenta», sintetizou o dirigente
comunista, que esboçou ainda uma breve biografia de «um dos
principais obreiros do Partido Comunista Português».
Bento António Gonçalves nasceu em 1902, em Trás-os-Montes e,
aos 13 anos, migrou para Lisboa onde começou a trabalhar como
aprendiz de torneiro mecânico nas oficinas do Arsenal da Marinha
de Lisboa.
Tornou-se sindicalista e, aos 26 anos, filiou-se no PCP, de que
viria a ser secretário-geral, «imprimindo-lhe os traços
essenciais que o vieram a marcar».
Em 1930 foi preso pela polícia política, deportado sem
julgamento para a ilha do Pico, Açores, e depois para Cabo
Verde, tendo sido libertado através de uma amnistia. Cinco anos
depois foi novamente preso e deportado para o campo de
concentração do Tarrafal, onde foi sujeito a trabalhos pesados
e torturas e onde morreu, em 1942, vítima da febre biliosa
anúrica.
Mas o seu exemplo, sublinhou José Vitoriano, «foi transmitido
ao Partido através das várias gerações de comunistas que se
lhe seguiram».