A decisão
A três dias
do acto eleitoral para a nova Assembleia da República e quase
esgotada a argumentação das diversas forças concorrentes
poderá parecer supérflua uma chamada de atenção para a grande
importância dos seus resultados.
É verdade que no quadro complexo dos poderes institucionais e
sociais que estruturam o viver social e da indispensável
intervenção activa em todos eles, a composição do órgão de
soberania Assembleia da República não é evidentemente tudo.
Mas ela constitui, sem dúvida, um elemento decisivo ao nível do
poder do Estado e da forma e objectivos do seu exercício nos
próximos anos.
Ao longo de
toda a pré-campanha e campanha eleitorais os comunistas
sublinharam incansavelmente os perigos da maioria absoluta do PS,
pelo que ela poderá representar de continuidade agravada de
políticas que consideram negativas para os trabalhadores e para
o país. E fundamentaram em provadas razões a importância do
reforço eleitoral da CDU.
Até à hora da decisão do eleitorado tudo necessita de ser
feito para manter bem vivas essas razões.
Num quadro de transformações a nível comunitário e global que, nos últimos anos, influenciaram profundamente a vida nacional, este último acto eleitoral antes do calendário atingir o ano 2000 vai também dar testemunho das alterações ocorridas na sociedade portuguesa, e de como se apresentam e projectam para o novo século as dinâmicas sociais e políticas que configuram incessantemente o seu futuro.
É por isso também em nome do futuro - do futuro dos valores e dos objectivos essenciais que singularizam o combate dos comunistas, do futuro do projecto de esquerda e de poder que afirmamos - que o reforço eleitoral da CDU em 10 de Outubro deve ser igualmente valorizado. Edgar Correia