Reduzir horários
para os motoristas


Reduzir o horário de trabalho, «porque a fadiga mata», foi a principal exigência da Festru/CGTP que, em conjunto com sindicatos espanhóis, levou a cabo na semana passada, em Vilar Formoso, uma acção integrada na jornada internacional contra o excesso de tempo de trabalho dos trabalhadores dos transportes rodoviários.
Numa conferência de imprensa conjunta com sindicalistas espanhóis, Amável Alves, dirigente da federação, disse que os motoristas portugueses trabalham hoje mais horas do que há três ou quatro anos e viram a sua situação agravar-se.

A jornada foi lançada pela Federação Internacional dos Trabalhadores de Transportes (ITF) e pela Federação Europeia dos Trabalhadores dos Transportes (ETF).
Entre as razões para esta iniciativa sindical, a Festru apontou o facto de os trabalhadores do sector estarem excluídos do âmbito de aplicação da regulamentação europeia sobre organização do tempo de trabalho. Também não têm regulamentação específica, para além de um regulamento (3820/85), que é aplicável apenas a parte dos motoristas e apenas no que toca aos tempos de condução e repouso, e que tem sido de difícil fiscalização.
«Os motoristas e outros trabalhadores dos transportes rodoviários são sistematicamente sujeitos a um número excessivo de horas de trabalho, à irregularidade dos horários e a um importante peso, para muitos, de trabalho nocturno», diz a federação, na informação que distribuiu à imprensa acerca da jornada de 5 de Outubro. Aquelas condições, salienta a Festru, têm «inquestionáveis e graves consequências para a sua saúde e segurança, e para a segurança rodoviária, onde se contam sérios riscos para os restantes utentes da estrada, para além dos prejuízos às respectivas vidas familiares».


«Avante!» Nº 1350 - 14.Outubro.1999