CDU elege dois novos deputados
A lista de
deputados da CDU na Assembleia da República foi enriquecida com
a eleição de um quinto deputado pelo distrito de Setúbal e um
novo deputado pelo distrito de Braga.
A propósito deste importante reforço da coligação ouvimos
Agostinho Lopes, cabeça de lista por Braga, distrito que desde
1991 não elegia qualquer deputado pelo distrito pela CDU, e
Octávio Teixeira, o primeiro candidato por Setúbal.
- Agostinho Lopes:
Uma boa notícia para os trabalhadores
«A eleição de um
deputado da CDU pelo distrito de Braga é, em primeiro lugar, uma
boa notícia para os trabalhadores e o povo da região. É a
certeza de que as suas lutas, as suas reivindicações, os seus
problemas terão outra visibilidade e continuidade na Assembleia
da República.
A recuperação do deputado perdido em 1991 pela redução do
número de deputados eleitos pelo círculo de Braga, é também a
expressão e reconhecimento do trabalho político e eleitoral dos
comunistas e do PCP ao longo dos últimos anos no Minho, onde,
mesmo sem deputados eleitos na Assembleia da República, sempre
estiveram presentes quando os trabalhadores têxteis, os
agricultores, as populações, precisaram.
E, finalmente, esta eleição representa ainda o abrir da porta
para uma maior presença institucional do PCP, através dos seus
eleitos da região nos órgãos de poder. A defesa do
desenvolvimento e qualidade de vida no Minho exigem mais eleitos
do PCP na Assembleia da República, no Parlamento Europeu, nas
autarquias do Minho.»
- Octávio Teixeira:
Eleitorado quer viragem à esquerda
«A eleição de
mais um deputado pelo distrito de Setúbal teve um importante
significado político, na medida em que consubstancia o núcleo
central da campanha eleitoral da CDU.
Por um lado, de que nestas eleições o que estava em causa era a
alteração da relação de forças entre os eleitos da CDU e do
PS: e no distrito o que se assistiu foi ao confronto eleitoral
entre a CDU e o PS, já que as restantes forças políticas
passaram despercebidas.
Por outro lado, e o nosso grande objectivo eleitoral, de que essa
alteração da relação de forças exigia o reforço da CDU: no
distrito de Setúbal esse reforço concretizou-se com a eleição
do quinto deputado da CDU.
Finalmente, e como corolário daquele objectivo, que o reforço
da CDU contribuía de forma decisiva para impedir a maioria
absoluta que o PS ambicionava: e isso foi bem patente em
Setúbal, já que o novo deputado eleito pela CDU foi retirado ao
PS, contribuindo directa e insofismavelmente para impedir a sua
maioria absoluta a nível nacional.
Essa eleição do quinto deputado significou, ainda, a vontade
dos eleitores de uma viragem política à esquerda (reforçando a
CDU) e de castigo de orientações governativas de direita e de
penalização do distrito (reduzindo os eleitos do PS).»