Greve na Vimeca


Com 95 por cento de adesão, os trabalhadores da Vimeca/Lisboa Transportes entraram em greve na madrugada de terça-feira e decidiram manter a paralisação até às três horas da manhã de quarta – informou a Federação dos Sindicatos de Transportes Rodoviários e Urbanos.

Reunidos anteontem em plenário, os trabalhadores decidiram reafirmar junto da gerência que esta, tal como se comprometeu, deve tomar medidas para criar um novo acordo de empresa que unifique as relações de trabalho de todos os trabalhadores.
Desde 1995 – com a aquisição de parte da Rodoviária de Lisboa pela Vimeca –, que os trabalhadores da nova empresa, designada Vimeca/ Lisboa Transportes, assentam as suas relações de trabalho em condições diferenciadas. Por exemplo; um motorista da antiga Vimeca, ganha 97500 escudos, com um subsídio de refeição de 450 escudos, enquanto que outro da ex-Rodoviária de Lisboa tem um salário de 90950 escudos e um subsídio de refeição de 1115 escudos. Para a direcção do sindicato, a «situação discriminatória» de ter salários e direitos diferentes para trabalho igual «é ilegal, porque contraria a lei da contratação colectiva» e «é ilegítima, porque põe em causa direitos constitucionalmente garantidos».
Caso a empresa não responda positivamente, os trabalhadores reiniciam a greve no próximo dia 28 , deixando desde já a garantia de que «o conflito só terminará quando a empresa assumir as suas responsabilidades e respeitar os seus compromissos».
A direcção da Festru/CGTP salienta que a Vimeca «não só não cumpre os direitos dos trabalhadores, como arrecada milhares de contos à custa desse incumprimento», citando como exemplos o subsídio de agente único e o pagamento do trabalho suplementar.
Para ontem, representantes da federação e da empresa estavam convocados para uma reunião no Ministério do Trabalho.

AZAI

Os trabalhadores da fábrica da Azai, na Azambuja, marcaram uma greve para segunda e terça-feira.
Reunidos em plenário no dia 13, os trabalhadores decidiram endurecer a luta que vêm travando por melhores salários. Exigem, segundo uma nota do Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas, que os salários praticados na empresa sejam idênticos aos que vigoram nas demais unidades do grupo Exide em Portugal (Tudor e Deta) e dos quais estão «muito distantes».
O SIESI reivindica que, para além da actualização de 2,6 por cento efectuada em Abril, sejam aplicados mais 2 por cento, com retroactivos a partir daquele mês.

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Greve no «JN»

Os jornalistas do «Jornal de Notícias» vão cumprir uma paralisação de 24 horas no próximo dia 27, em protesto contra o arrastamento das negociações salariais por parte da administração da empresa.

Em comunicado divulgado segunda-feira e citado pela Lusa, a Comissão Negociadora Sindical dos jornalistas sublinha que já passaram 10 meses sobre a apresentação da proposta de revisão do Protocolo sobre as relações de trabalho e oito meses sobre a posse da actual administração, e até à data não foi dada qualquer resposta às reivindicações da classe.
Os jornalistas do «JN» reivindicam a actualização dos vencimentos, a integração das remunerações dos profissionais com funções de chefia na escala indiciária vigente na redacção e a correcção das diuturnidades e subsídios de compensação por trabalho externo, tendo como base de cálculo os vencimentos em vigor na empresa.
Em plenário de redacção realizado segunda-feira, e após a empresa não ter respeitado o prazo para conclusão das negociações nem o período por si estabelecido para as matérias ainda em mesa de negociação, os jornalistas decidiram fazer greve no dia 27 e reunir novamente no dia seguinte para analisar a situação e deliberar sobre as acções a desencadear sequentemente.


«Avante!» Nº 1351 - 21.Outubro.1999