O novo livro de Pedro Ramos de Almeida «Salazar - Biografia da Ditadura», publicado pela Editorial Avante, teve apresentação pública, em Lisboa, na passada Quinta-Feira. O acto decorreu, com grande assistência, na Galeria da Sociedade Portuguesa de Autores. 

Na mesa, além de Pedro Ramos de Almeida, encontravam-se Luís Francisco Rebelo, presidente da SPA, Francisco Melo, pela Editorial Avante, e Carlos Brito, antigo director do nosso jornal, que fez a apresentação da obra.
Foi especialmente salientado pelo apresentador que «Salazar - Biografia da Ditadura» passa a ser uma obra de referência, de consulta incontornável e obrigatória, para o conhecimento do período da ditadura fascista. Destacou também quatro motivos de grande interesse na leitura deste livro: refuta de forma cabal e objectiva as tentativas de branqueamento do ditador e da ditadura; reconstitui o cínico perfil do ditador que nos coube em sorte; faz o registo das concepções do ditador e os grandes marcos de evolução da ditadura; desmascara o papel do anticomunismo e valoriza toda a acção da resistência. A finalizar, sublinhou ainda que esta obra de Pedro Ramos de Almeida é um contributo para que tempos como os da ditadura salazarista não tornem a Portugal.

O autor antes de referir-se a alguns aspectos concretos do seu livro lembrou como a liberdade tem feito um caminho difícil no nosso país, referindo, a propósito, a curta e atribulada existência que têm tido entre nós as constituições verdadeiramente democráticas. Falando das mais de 900 páginas da obra apresentada, explicou que a mesma tem uma base cronológica, o que, de certo modo, facilita a consulta. Exemplificou também como esta pode ser aprofundada combinando o texto com a bibliografia das obras de Salazar e de outros autores, que ocupa 40 páginas, e com os índices, onomástico e analítico, que ocupam mais de 70 páginas. Fez votos para que a sua obra não seja silenciada como tem acontecido a outras sobre o mesmo período e considerou que a boa presença da comunicação social naquele acto era um motivo de esperança para que desta vez não acontecesse assim.

Também sobre o período da ditadura fascista foi agora lançado pela «Caminho» um outro livro: «A Censura de Salazar e Marcelo Caetano» de Cândido de Azevedo.
O livro inclui depoimentos de José Saramago, Cardoso Pires, Urbano Tavares Rodrigues, Luís Francisco rebelo, Raúl Rego, José Carlos de Vasconcelos, Francisco Lyon de Castro, Igrejas Caeiro e Alexandre Pinheiro Torres.
Com mais de 650 páginas, a obra inclui capítulos sobre a censura aos jornais e revistas, rádio, cinema, televisão, teatro e livros em geral, a autocensura e a censura à posteriori e recorda a suspensão do «Jornal do Fundão».