Encontro da corrente unitária no SBSI
Reforçar posições para defender os bancários


«Lutar para defender direitos e obter algumas melhorias» é o objectivo central apontado na resolução do 2.º Encontro da corrente unitária do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, que teve lugar no passado sábado, em Lisboa, com a participação de quase uma centena de trabalhadores.

Na nota distribuída à comunicação social, a corrente unitária informa que participaram também no encontro representantes das listas unitárias dos sindicatos dos bancários do Norte e do Centro, bem como um membro da Comissão Executiva da CGTP-IN.
O encontro aprovou uma extensa resolução, onde são analisadas as transformações da banca e a situação económico-financeira dos bancos. No que toca à resposta dos bancários, é apontada a necessidade de um maior trabalho por parte dos activistas sindicais e são sistematizados os principais objectivos da luta que as listas unitárias perspectivam para o futuro.
O objectivo central é concretizado em quatro pontos: defender a proposta sindical de revisão salarial (5,72 por cento, mais o 15.º mês) na sua globalidade; exigir das instituições bancárias o respeito escrupuloso dos mecanismos contratuais estabelecidos para os serviços médico-sociais (SAMS); incrementar as reivindicações por empresa; e lutar contra a desregulamentação e a violação dos horários de trabalho.
Admitindo vários cenários para as eleições no SBSI, a ter lugar em Abril do próximo ano, a corrente unitária coloca dois «grandes objectivos»: «consolidar a nossa posição de primeira força» e «eleger mais membros nos secretariados sindicais e aumentar o número de candidaturas autónomas.
Foram definidas algumas medidas imediatas, «no sentido de recuperar atrasos e deficiências».

Escalada no BCP/Atlântico

«Jardim Gonçalves prossegue a escalada de violação dos direitos dos trabalhadores», denuncia-se numa moção aprovada no encontro de sábado, que protesta contra declarações do presidente do Grupo BCP/Atlântico, designada numa entrevista televisiva, dia 21. «Há centenas de contratados à tarefa, à hora, a prazo, em prestação de serviços, com "falsos" recibos verdes, tudo situações de flagrantes ilegalidades», e «direitos e valores tão básicos para os trabalhadores, como a existência de um horário de trabalho, o usufruir de uma carreira profissional ou contar com a acção de uma Comissão de Trabalhadores, são diariamente postergados», denunciam os activistas das listas unitárias, contrariando a afirmação de Jardim Gonçalves de que no grupo haveria agora melhores empregos.
Na moção é manifestado «o mais veemente repúdio por este autêntico "terrorismo laboral"». Para os activistas das listas unitárias e para os trabalhadores do grupo vão «total solidariedade» e reforçado apoio para «anulação das ilegalidades e reposição dos direitos». Do Governo e da Inspecção do Trabalho é exigido que «imponham o cumprimento da legalidade democrática nas instituições bancárias, muito especialmente nas do Grupo BCP/Atlântico».
Foram ainda aprovadas uma moção pela defesa dos postos de trabalho ameaçados no Barclays Bank e outra sobre as posições tomadas pela Associação Portuguesa de Bancos nas negociações para substituição do ACTV por um contrato colectivo de trabalho aplicável a todos os associados da APB.


«Avante!» Nº 1352 - 28.Outubro.1999