Governo
propõe nas rendas
aumento superior aos salários
A CGTP considerou «inaceitável» que o Governo «apresente uma proposta de actualização das rendas de habitação superior à inflação que pode ser prevista para o ano, devendo-se ter presente que houve diminuição da inflação em Setembro (o último valor situa-a em 2,6 por cento)».
A Intersindical
Nacional denunciou ainda, na nota divulgada sexta-feira à
comunicação social, «a dualidade de critérios para a
actualização das rendas e para a actualização dos salários,
já que o Governo defendeu para os salários um referencial de
inflação com base na inflação prevista, que foi de 2 por
cento neste ano».
Na reunião da Comissão Permanente de Concertação Social,
realizada sexta-feira para apreciar o projecto de portaria
relativo à actualização das rendas de casa para o ano2000, o
Governo propôs um aumento de 2,8 por cento (variação
média anual da inflação verificada até Agosto). «Nos termos
da legislação em vigor, o Governo poderá fixar uma
actualização das rendas entre 75 e 100 por cento da inflação
verificada, mas optou pelo coeficiente mais elevado», regista a
CGTP.
A central nota ainda que a proposta para a actualização das
rendas foi apresentada pelo Governo em 14 de Outubro. Afirmando
que «a CGTP-IN não é contrária a que se discuta
antecipadamente a fixação das rendas de habitação», o
comunicado de imprensa acrescenta que a Inter «não
compreende que o mesmo não aconteça para a fixação do
salário mínimo nacional, que todos os anos é actualizado com
meses de atraso em relação à sua entrada em vigor (1 de
Janeiro)». Por este motivo, a CGTP propôs que o Governo
convoque «de imediato» uma reunião da Comissão Permanente de
Concertação Social para fixar o valor do salário mínimo no
próximo ano, «por forma a que o diploma de actualização seja
publicado antes de 31 de Dezembro».