Emigrantes
comunistas
debatem situação na Alemanha
O Organismo de Direcção Nacional (ODN) dos comunistas portugueses emigrados na Alemanha, reuniu no dia 20 de Novembro em Dusseldorf para analisar os resultados das eleições para a Assembleia da República e a evolução da situação política e social da comunidade portuguesa neste país.
A realização no
próximo ano da Expo 2000 em Hannover, na qual Portugal irá
participar com um pavilhão, é uma das preocupações dos
comunistas, que a consideram como um acontecimento que «deverá
ser uma oportunidade para a valorização da comunidade
portuguesa que vive na Alemanha».
Assim, o ODN «exige das autoridades portuguesas e dos
responsáveis pelo pavilhão de Portugal uma particular atenção
de forma a permitir uma participação que dignifique o nosso
país e a comunidade portuguesa, sendo, por isso, desde já de
procurar envolver, na programação das iniciativas,
representantes da comunidade portuguesa».
Propõe ainda a realização de iniciativas especificas no
pavilhão de Portugal nos dias 25 de Abril (dia da Liberdade), 10
de Junho (dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas) a par do
5 de Outubro.
No quadro da análise dos resultados eleitorais na Europa, os
emigrantes comunistas consideram fundamental «a abertura de um
debate, sem preconceitos nem demagogia, em torno do voto dos
emigrantes que, em nosso entender, deverá centrar-se nos
seguintes aspectos: a criação de mecanismos que impeçam a
instrumentalização e partidarização dos serviços do Estado
ligados à emigração; que os serviços públicos de rádio e
televisão (RTPi e RDPi) sejam, de facto, um espaço plural de
informação; que se encontrem formas, relativamente ao modo de
voto, mais transparentes para estimular a participação dos
eleitores (a abstenção continua a subir, atingindo na Europa
73,5%); que seja tida em conta a realidade da emigração quanto
ao recenseamento, o qual, neste momento, é um factor impeditivo
para muitos emigrantes».
O ODN manifestou ainda particular preocupação pela situação
do ensino do português na Alemanha e decidiu criar uma comissão
que proceda ao seu levantamento, «contando promover no início
do próximo ano um conjunto de iniciativas a fim de auscultar os
principais interessados, os pais, os alunos e os professores».