Despedimentos
e tropelias
agitam sector do comércio
A loja da «Marks & Spencer» no Centro Comercial Colombo, em Lisboa, encerrou no sábado ao público por ordem do «franchisador» inglês. De acordo com a Agência Lusa, este, alegando o incumprimento de pagamentos devidos, anunciou que vai encerrar nos próximos dias todas as lojas da marca em Portugal.
As cinco lojas do
«franchisado» português com marca «M & S» situam-se em
Lisboa - na Avenida Guerra Junqueiro, Rua Augusta e Colombo -, em
Cascais e no «shopping» de Gaia.
Um dos trabalhadores da loja do Colombo explicou que só naquele
dia teve conhecimento do encerramento da loja, via telefone,
depois de, na sexta-feira, ter trabalhado «normalmente».
«Avisaram-me apenas que a Sonae encerrou o espaço e
convocaram-me para uma reunião na segunda-feira, com todos os
trabalhadores das lojas», contou. Na última semana, disse a
empregada, os artigos «Marks & Spencer» começaram a ser
vendidos com um desconto de 30 por cento e, nos últimos meses,
os stocks da loja não estavam a ser repostos como é
habitual, «mas, na altura, não me apercebi do que isso
significava».
Há cerca de dois anos, já tinham fechado as lojas «M & S»
nas Amoreiras e na Via Catarina, no Porto.
Feriados
O Sindicato do
Comércio, Escritórios e Serviços do Norte decidiu exigir a
intervenção da Inspecção Geral do Trabalho em todo o distrito
de Braga, durante os feriados de Dezembro, procurando «pôr
cobro a mais esta prepotência das entidades empregadoras» -
como é classificada a prática dos super e hipermercados e de
muitas empresas do comércio, que abrem regularmente em dias
feriados e programam «a prestação de trabalho dos
trabalhadores como se de um dia normal de trabalho se tratasse».
«Sendo certo que a legislação e alguns regulamentos
camarários prevêem a possibilidade da abertura dos
estabelecimentos em dias de feriado, não é menos certo que as
convenções colectivas de trabalho e a legislação em vigor
salvaguardam o direito aos feriados por parte dos
trabalhadores», sublinha o CESNorte. Numa nota enviada à nossa
redacção, o sindicato diz não perceber a passividade das
autoridades face a tal situação e afirma que «não existe uma
só hora de registo de trabalho suplementar registado por
trabalho prestado em dias de feriado». Nestas condições, «é
perfeitamente possível a intervenção da Inspecção do
Trabalho, a menos que, tal como os patrões, considere os
trabalhadores dos super e hipermercados como portugueses de
segunda, não tendo por isso direito a feriados».
Auchan
A Federação
Portuguesa dos Sindicatos do Comércio, Escritórios e Serviços
acusou o Grupo Auchan (Pão de Açúcar e Jumbo) de ingerência
na vida sindical, porque recusou os representantes indicados pela
Fepces/CGTP-IN para a reunião do Comité Europeu da empresa.
«Numa escalada de arrogância e ilegalidade, o Auchan tem vindo
a excluir a dirigente sindical Maria Emília Marques de
representante eleita dos trabalhadores e a procurar decidir, por
contactos e pressões directas sobre os delegados sindicais, nos
locais de trabalho, da ida das delegadas suplentes à reunião do
Comité Europeu», protesta a direcção da federação, no
ofício dirigido ao director-geral do grupo.
A situação foi também denunciada aos restantes sindicatos do
Comité Europeu do Grupo Auchan, numa carta em que a Fepces
explicou por que não se fez representar na reunião de 18 e 19
de Novembro, em Paris.