Humanizar
a vida
no concelho de Cascais
«As Opções do Plano para 2000 e o Orçamento reflectem a falta de estratégia para a resolução dos problemas que afectam as populações». Esta, em síntese, a posição da CDU, divulgada em conferência de imprensa, no passado dia 23 de Novembro.
Em documento
entregue à comunicação social, a CDU/Cascais considera que o
PS se demite da função de gerir ao permitir que «o plano de
actividades 1999 se transforme numa listagem de intenções mais
ou menos difusa, em vez de ser um instrumento de gestão, que vá
ao encontro da resolução dos problemas do Concelho».
A CDU sublinha, em particular, que o plano «não tem
correspondência nos objectivos, nos programas e nas acções ao
nível financeiro» e não estão estabelecidos prazos para a sua
realização.
Estas discrepâncias manifestam-se nas mais diversas áreas. Da
habitação à recuperação dos bairros de génese ilegal, para
os quais «a verba definida permite prever que a falta de
infra-estruturas e de condições de vida condigna, em muitos
bairros, persistirá por muitos e muitos anos». Na cultura e
educação, continuando «a não representar uma preocupação»
as cantinas nas escolas do 1º ciclo. No desporto, acção
social, saúde e juventude, áreas em que «a solução
encontrada são os subsídios a entidades particulares». E ainda
no que respeita à rede viária ou ambiente.
Trata-se, na perspectiva da CDU, de «um discurso na esfera do
imaginário, mantendo-se quase tudo na mesma no plano material,
isto é, as assimetrias vão-se acentuando na práxis social».
Assim, o plano reflecte «a falta de estratégia para a
resolução dos problemas que afectam as populações», sendo a
única opção clara «o concessionar e privatizar serviços
públicos, da responsabilidade e competência da Câmara», como
é o caso do Mercado de Cascais, os Jardins e Áreas Verdes e,
eventualmente, o Aeródromo.
Plano de saúde
para Cascais
As propostas da CDU
para o sector da Saúde, discutidas na última reunião da
Câmara de Cascais, no passado dia 17, irão servir de base para
a discussão, com o Ministério da Saúde, na elaboração do
«Plano Director de Saúde» para o concelho.
Tendo como objectivo assegurar o «direito á saúde, com
caracter universal e gratuito», a CDU/Cascais avança, em
particular, propostas nas áreas dos cuidados primários de
saúde e da política hospitalar.
Concretamente, os comunistas de Cascais propõem a construção
de dois novos centros de saúde, em Alcabideche e São Domingos
de Rana e a criação de novas extensões, de par das existentes,
devidamente apetrechadas, «tendo em conta a distribuição da
população pelo concelho e as acessibilidades às unidades de
saúde».
A CDU considera indispensável que os centros de saúde funcionem
até às 24 horas e sejam dotados de kits de equipamento
básico de RX, electrocardiologia e de análises.
No que respeita à política hospitalar, a CDU/Cascais propõe a
construção de um novo Hospital em Tires, até ao fim da
próxima legislatura, a transferência dos serviços de ortopedia
e traumatologia para esse novo hospital e a criação de um
serviço de infecto contagiosas.
Como medidas complementares, a CDU considera importante a
criação de uma Carta de Saúde do Concelho, como «instrumento
de planeamento», e do Concelho Municipal de Saúde, «espaço de
diálogo, concertação e cooperação de todos os agentes e
entidades envolvidas no processo da saúde».
A CDU defende ainda a promoção de «uma forte linha de acção
na área da prevenção primária, «com campanhas de
sensibilização envolvendo a comunidade escolar e as
populações em geral», em articulação com outras áreas.
Um projecto - neste momento com caminho aberto para a sua
concretização - que visa conseguir «com algum investimento
atempado, poupar no sofrimento humano e em custos financeiros».
Ou seja «humanizar a vida dos munícipes de Cascais».