Porto
Irregularidades
na Petrogal
Existe uma situação de trabalho irregular na Petrogal (Refinaria do Porto), confirma a Inspecção de Trabalho, delegação do Porto, após várias visitas inspectivas que, na sequência de um requerimento subscrito pelo Grupo Parlamentar do PCP, efectuou às instalações daquela empresa.
Nestas visitas,
«tendentes a controlar situações de trabalho clandestino e
ilegal», a Inspecção de Trabalho verificou «várias
situações irregulares», concluindo pela necessidade de «...
novas acções naquela empresa, designadamente no Parque de
Perafita, com o objectivo de controlar todas as situações,
directamente relacionadas com a utilização de mão-de-obra
irregular, ilegal e outras formas de trabalho atípico».
Assim, em nota distribuída aos trabalhadores, a célula
da Petrogal/Porto do PCP contrapõe à estratégia da
administração da empresa a necessidade de uma nova política
que «consolide, reforce e alargue os seus inestimáveis recursos
humanos, com a consequente valorização dos seus próprios
trabalhadores» e aponta «a valorização do trabalho, o emprego
com direitos e a dignificação dos trabalhadores como pilares
imprescindíveis numa sociedade democrática.»
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Intelectuais promovem Exposição
Abriu, no passado dia 26, no Centro de Trabalho da Boavista, uma exposição de artes plásticas, promovida pelo Sector Intelectual, que se prolongará até ao dia 13 de Dezembro.
Com a designação
comum «Voos para um novo tempo», e inspirados no texto do
manifesto «Pacto de Insubmissão», a mostra reúne cerca de
meia centena de trabalhos. Entre os artistas participantes
contam-se os nomes de António Bronze, Jaime Isidoro, Acácio de
Carvalho, Fernando Oliveira, José Emídio, Henrique Pichel,
Roberto Machado, Paulo Hernâni, Júlia Pintão, Maria André,
Fátima Brandão Coelho, Américo Moura, Adão Pinho Cruz, Céu
Costa, Evelina Oliveira, Nuno Canelas, José Sapage, Paulo
Bacelar, Luís Delgado, Jorge Figueira, Manuela Bronze, Viale
Moutinho, Carlos Cancelinha, Lopes Cardoso.
No convívio que se seguiu, depois da abertura do camarada Jorge
Sarabando, houve música e poesia e os presentes foram convidados
a «dizer» os seus votos para um novo tempo. Intervieram, entre
outros, João Teixeira Lopes, Iracema Santos Clara e José
António Gomes.
Em determinada
altura do seu voto, afirmou José António Gomes:
«...Não vamos rasurar a memória mas antes mantê-la viva, com
a ajuda de todos aqueles que mais viva a têm ainda, porque
sofreram na carne o que nós, os mais jovens, graças a eles,
não chegámos na verdade a suportar.
Vamos com esses e com todos os que como nós combatem à esquerda
falo da esquerda autêntica lutar contra a
barbárie neo-liberal, contra a mercantilização da vida e da
cultura, por uma sociedade sem exploração do trabalho, em que
os cidadãos vejam respeitados os seus direitos. Mas também uma
sociedade mais culta e por isso mais crítica, para a qual temos
um projecto de socialismo que assenta no valor da democracia
política e que é um projecto renovado de liberdade e justiça
social autênticas.
Vamos, nesse combate diário nas instituições, na rua, nos
locais de trabalho, construir mais e melhores saberes, sobretudo
a arte do enraizamento na complexa sociedade que é a nossa.
Essas raízes hão-de permitir-nos conhecer melhor os problemas e
aspirações dos que nos rodeiam e encontrar, com eles, as
respostas adequadas a esses problemas.
Vamos, mo país e em particular no Porto, voltar a ser o motor
intelectual e cultural da esquerda, o espaço da inquietação e
diversidade, da lucidez e da criatividade permanentes.»