Fenprof
propõe contrato
para universidades privadas
Com a
desculpa de que não existe regulamentação, o patronato vai
contrariando os direitos e garantias dos docentes, acusou
segunda-feira a Federação Nacional dos Professores, ao
apresentar a sua proposta de contrato colectivo de trabalho para
o Ensino Superior Privado e Cooperativo.
A Fenprof, pela voz
do seu dirigente João Cunha Serra, responsabilizou o Ministério
da Educação pelos problemas deste sector, a nível de
contratação e de carreira dos docentes. Na conferência de
imprensa, refere a Agência Lusa, aquele sindicalista afirmou
que, contrariamente ao que ficou estabelecido no Estatuto do
Ensino Superior Particular e Cooperativo, há seis anos atrás, o
ME não regulamentou, até agora, as condições de contratação
e de carreira.
Para a Fenprof, é compreensível o «receio do Ministério
relativamente à decisão de regulamentar esta matéria, pois
muitas universidades privadas fechariam as portas, o que levaria
os estudantes a manifestarem-se» na Avenida 5 de Outubro. Só
que, protestou Cunha Serra, «o ME tem de encontrar alternativas
para os estudantes e não continuar com esta atitude de nada
fazer».
As condições de trabalho, defende a Fenprof, devem ser
idênticas às do ensino superior público, nomeadamente no que
respeita a remuneração, condições de carreira e cargas
lectivas máximas de nove horas semanais. A federação quer
ainda que os salários mínimos sejam iguais aos praticados no
ensino superior público e admite um prazo de três anos para que
este critério seja cumprido pelo patronato. Os estabelecimentos
de ensino superior privados devem criar corpos docentes próprios
e garantir a estabilidade de emprego, sem prejuízo da obtenção
dos graus académicos, exige ainda a Fenprof, que vê neste
princípio uma forma de evitar que os professores tenham que
recorrer a acumulações, leccionando simultaneamente em
estabelecimento públicos e privados.