Vimeca
Adesão de 96 por cento


A greve de 48 horas, cumprida na segunda e terça-feira, pelos trabalhadores da Vimeca Transportes, registou uma adesão de 96 por cento, tendo já sido marcada uma nova paralisação para o período entre 13 e 27 de Dezembro.

A greve desta semana afectou cerca de 70 mil utentes dos concelhos de Lisboa, Cascais, Amadora, Sintra e Oeiras e teve como objectivo obrigar a empresa a negociar um novo acordo de empresa, conforme o compromisso assumido a 7 de Julho durante uma reunião no Ministério do Trabalho.
Os trabalhadores reivindicam há cerca de três anos a igualdade de salários entre os motoristas provenientes da ex-Rodoviária Lisboa e os que já trabalhavam na Vimeca, antes da fusão das duas empresas em 1995, e a igualdade de regalias sociais.
Por exemplo, um motorista da antiga Vimeca ganha 97.500 escudos, com um subsídio de refeição de 450 escudos, enquanto que outro da ex-Rodoviária tem um salário de 90.950 escudos e um subsídio de refeição de 1115 escudos.
A situação de ter salários diferentes para trabalho igual para além de discriminatória é ilegal porque contraria a lei da contratação colectiva, beneficiando apenas a empresa que arrecada milhares de contos à custa dos trabalhadores.
A nova greve entre 13 e 27 do corrente mês, embora seja só às horas extraordinárias irá afectar a circulação de viaturas, já que cada trabalhador faz em média três horas a mais por dia, o que representa mais de um terço da actividade da emrpesa. No dia 27 haverá uma paralisação entre as três horas da madrugada e as 12 horas, realizando-se um plenário em que serão discutidas novas formas de luta se entretanto a administração não satisfizer as reivindicações laborais.


«Avante!» Nº 1358 - 9.Dezembro.1999