Brasil
Adiado julgamento
de José Rainha


O julgamento do dirigente do Movimento dos Sem Terra (MST), José Rainha, inicialmente marcado para 13 de Dezembro, foi adiado para Março de 2000 por decisão do juiz Ronaldo Gonçalves.

Segundo uma informação do MST, o adiamento ficou a dever-se ao facto de nem José Rainha nem os seus advogados de defesa terem sido intimados para o julgamento. Os advogados de acusação e os latifundiários do estado do Espírito Santo procuraram de imediato tentar tirar dividendos da situação, fazendo passar para a opinião pública que a não comparência de José Rainha em tribunal se devia ao facto de ser culpado, chegando mesmo a afirmar na imprensa que iriam pedir a prisão preventiva do dirigente dos Sem Terra. Essa possibilidade foi descartada pelo juiz Ronaldo Gonçalves que confirmou o facto da intimação não ter sido entregue, pelo que a ausência de Rainha não lhe pode ser imputada nem há lugar para a prisão preventiva.
Durante os dias que antecederam o adiamento o MST, com o apoio de diversas entidades, organizações populares, sindicais e políticas, bem como personalidades do estado do Espírito Santo, desenvolveram um intenso trabalho de esclarecimento sobre as razões do julgamento de da farsa que foi o julgamento anterior que condenou José Rainha a 26 anos de prisão por um crime que não cometeu.

Entretanto, no Parlamento Europeu, o Grupo da Esquerda Unitária propôs o agendamento da discussão do caso Rainha para a sessão que decorre esta semana. A proposta foi rejeitada pelos restantes grupos, a pretexto de que o caso pode ser agendado para Janeiro.


«Avante!» Nº 1359 - 16.Dezembro.1999