Telecomunicações
móveis
Subcontratação
é injustificável
Cerca de quatro milhões de portugueses fizeram do telemóvel um objecto imprescindível, afirma a organização do PCP nas Telecomunicações-Móveis/Lisboa, numa apreciação pública sobre o sector.
No entanto, apesar
dos avultados investimentos que as empresas de telecomunicações
têm feito em publicidade, para a criação de «uma imagem
simpática», continua a usar-se e abusar-se no sector a
subcontratação para postos de trabalho que têm continuidade,
que abrange hoje mais de 10000 trabalhadores a prazo no conjunto
do emprego das telecomunicações.
Na TMN, na Telecel e na Optimus, por exemplo, o aluguer de
mã-de-obra é «indiscriminadamente utilizado para
contratações a part time e a full time», quando
o lógico seria que se assegurasse aos trabalhadores a escolha
«sobre a forma contratual que lhe fosse mais favorável».
Sendo certo que parte destes trabalhadores não pretende fazer
carreira deste trabalho, é também verdade que uma parte
significativa deles não o encara «como uma fase de passagem» e
é a estes que deve ser dada a possibilidade de passarem a fazer
parte dos quadros das empresas e terem uma carreira.
Na opinião da organização do PCP, os postos de trabalho destes
serviços têm continuidade, pelo que «faz todo o sentido dar
perspectiva de carreira a quem o entender». Para além do mais,
porque não é possível prestar um serviço de qualidade «com
"colaboradores" insatisfeitos e a prazo». Os
comunistas vão. pois, empenhar-se para alterar a situação,
através designadamente «da luta pelo emprego com qualidade e
com os direitos sociais reconhecidos na lei e na
Constituição».
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Portugal
Telecom
uma empresa «à deriva»
A Coordenadora do
PCP para as Comunicações e Telecomunicações considera que a
Portugal Telecom «é uma empresa à deriva», não se
compreendendo que o Governo privatize uma das empresas mais
rentáveis do SEE e, ao mesmo tempo, faça avultados
investimentos em empresas emergentes concorrentes com a PT, como
é o caso da E3G.
A realidade da empresa é «de uma confrangedora
desorganização», dizem os comunistas, acusando o Governo de
não ter uma política clara em defesa do Sector de
Telecomunicações e não assumir as suas responsabilidades de
árbitro nas medidas nefastas tomadas pela Administração da
empresa.
Quanto à administração do grupo PT, a coordenadora do PCP
acusa-a de promover «uma gestão confusa e burocratizada» e de
prejudicar os interesse da empresa ao reduzir drasticamente o
investimento em meios humanos e técnicos e, através da
segmentação do grupo por áreas de negócio, facilitar a
especulação e a descapitalização da mesma.
Por seu lado, os comunistas da PT defendem a manutenção nas
mãos do Estado do controlo das telecomunicações, a unidade
orgânica do grupo PT e uma gestão competente e dinâmica que
mobilize os meios disponíveis e respeite e valorize o trabalho.