Para a
semana
Informáticos
em greve
Os
informáticos da Administração Pública vão estar greve nos
próximos dias 29, 30 e 31, exigindo a reestruturação das
carreiras. O recurso à greve é visto como inevitável, depois
do «completo fracasso» do grupo de trabalho que juntou
sindicalistas e representantes do Governo.
«Nas reuniões,
procurámos que fossem atendidas as exigências consagradas na
proposta e particularmente as matérias referentes à
ultrapassagem da limitação do índice 900 no salário máximo,
a integração de todos os informáticos a desempenharem
funções embora noutras carreiras, as transições adequadas
para os trabalhadores das carreiras de registo de dados e
controlo de trabalhos, o regime de turnos e a bonificação na
aposentação», explicou a Frente Comum de Sindicatos da
Administração Pública, numa conferência de imprensa realizada
na terça-feira.
«Sem propostas, sem orientações e com dificuldade em responder
eficazmente aos problemas, as reuniões têm-se arrastado sem que
se tirassem quaisquer conclusões», afirmam os sindicalistas.
«Nenhuma das várias matérias realmente relevantes e que
constituíram mandato do grupo de trabalho foi assunto de
consenso entre os sindicatos e os representantes das direcções
gerais», dizem.
«As carreiras continuam estruturalmente na mesma, os índices
não tiveram qualquer alteração inviabilizando o objectivo da
competitividade externa, as condições de trabalho e o regime de
aposentação não merecem qualquer proposta especial, o regime
de turnos mantém-se inalterado e a solução apontada para a
integração do pessoal de outras carreiras que desempenham
funções na informática é totalmente ineficiente», considera
a Frente Comum.
Os sindicalistas adiantam, contudo, ter total disponibilidade
para dar início a um processo negocial «digno do próprio
conceito».
A data da greve foi escolhida propositadamente de forma a não
criar dificuldades adicionais à resolução de quaisquer
problemas resultantes do chamado «bug do ano 2000».