Salvar a Califa
O Sindicato Têxtil de Aveiro interpelou Pina Moura acerca da situação da Califa, em São João da Madeira, e das medidas que o ministro tenciona tomar para permitir a viabilização da maior empresa de vestuário do distrito de Aveiro. Foram também enviadas cartas ao ministro do Trabalho, ao governador civil e aos grupos parlamentares, salientando a importância de salvar a empresa e os seus 350 postos de trabalho.
A Califa (Carlos
Teixeira da Silva & Filho) tem em curso um processo de
recuperação, encontrando-se num período de gestão controlada,
decidido numa assembleia de credores, em Julho, e que termina a
17 de Janeiro. O sindicato teve conhecimento de que foi
apresentada ao administrador uma proposta de compra, que não foi
aceite porque não satisfazia as condições exigidas pelos
credores; embora dispondo de «parca informação», o sindicato
adianta que faltariam apoios financeiros bancários e do IAPMEI.
Com o objectivo de analisar a possibilidade de as condições dos
credores sofrerem alguns ajustes, de forma a melhorar as
perspectivas de viabilização, o administrador judicial convocou
nova assembleia de credores para 10 de Janeiro. Até esta data,
apela o sindicato, o Governo deve fazer tudo o que lhe compete
para salvar a Califa.
Na carta que enviou aos ministros, deputados e governador civil,
a direcção do sindicato afirma que «tem consciência da
complexidade que envolve toda a situação da Califa e dos
interesses que lhe estão subjacentes, mas não pode permitir que
tais interesses se sobreponham ao legítimo e sagrado direito ao
trabalho». Entre as medidas a adoptar, solicita que seja
averiguado, junto do IAPMEI, se foram ou não solicitados apoios
e, confirmando-se que foram recusados, quais os motivos de tal
recusa.
«Se os credores, os actuais proprietários da empresa (família
Carlos Teixeira da Silva), o Governo e outras entidades quiserem,
a Califa continuará a ser uma grande produtora de riqueza», diz
o sindicato.