Parlamento
aprova voto
Pelo
regresso de Elian a Cuba
A Assembleia
da República aprovou um voto de protesto pela situação em que
se encontra nos Estados Unidos da América a criança cubana
Elian González, impedida de retornar ao seio da família e ao
contacto com o pai e os avós maternos e paternos. O texto
acolheu os votos favoráveis do PCP, PS, BE e PEV, e os votos
contra do PSD e PP.
Inicialmente
subscrito pelo PCP e depois sujeito a uma ligeira alteração por
proposta do PS, o voto considera que «não deve ser colocado
qualquer obstáculo que impeça, em realização dos direitos da
criança, a possibilidade do reagrupamento familiar e o
exercício efectivo das responsabilidades de protecção,
educação e tutela por parte do seu pai».
Mais exorta que não deve ser adoptada qualquer restrição à
«liberdade de circulação que impenda sobre o pai da criança
no sentido de lhe facultar, querendo, a possibilidade da sua
deslocação ao exterior para reaver o seu filho».
Depois de recordar as circunstâncias que levaram o pequeno Elian
a perder a mãe que pretendia emigrar ilegalmente para os EUA, o
texto sublinha que seria de esperar que o governo norte-americano
«procedesse de acordo com o que humanamente é justo e está
contido na Convenção Internacional dos Direitos da Criança»,
isto é, que diligenciasse no sentido do imediato transporte para
Cuba de «uma criança que, sujeita a uma dura provação,
precisa, mais do que nunca, dos seus familiares directos».
Do mesmo modo que seria de esperar, lê-se no voto, «que as
insistentes reclamações do pai de Elian pusessem termo à
inaceitável utilização do drama de uma criança, como arma de
arremesso político, entregando-a a quem tem a responsabilidade e
o direito de criar e educar o filho e exercer o direito paternal.
O voto aprovado será enviado às embaixadas dos Estados Unidos e
Cuba em Portugal.