UNITA
de Savimbi
responsável pela guerra
O Grupo Parlamentar do PCP acusou a UNITA de Savimbi de ser a responsável pela guerra em Angola e defendeu que Portugal deve nas instâncias internacionais em que participa desenvolver esforços diplomáticos próprios com vista a contribuir activamente para o fim do conflito.
Na
responsabilização da UNITA de Savimbi e de quem sustenta a sua
máquina militar reside a questão essencial da guerra de Angola,
segundo João Amaral, que lamentou a destruição que devasta o
país e o rasto de morte e miséria que atinge as suas gentes.
O deputado comunista falava a propósito de um voto de cariz
profundamente reaccionário subscrito pelo CDS/PP respeitante a
um relatório recentemente divulgado pela instituição «Global
Witnesse». Discordando «frontalmente» do teor da iniciativa
dos populares, João Amaral, sem deixar de reconhecer que «esta
é de facto uma guerra em que se movem os mais poderosos
interesses das grandes empresas dos diamantes e dos petróleos»,
considerou que esta constatação «não pode servir para iludir
responsabilidades», isto é, que o «debate internacional sobre
Angola é sobre a guerra» e que esta é «da responsabilidade,
internacionalmente definida, da UNITA de Savimbi e de quem a
apoia».
Por tudo isto, ainda na perspectiva da formação comunista, não
pode a Assembleia da República «passar o tempo a pronunciar-se
sobre a política interna de Angola com o paternalismo
mal-disfarçado que emerge de pretensões neo-colonialistas».