UNITA de Savimbi
responsável pela guerra


O Grupo Parlamentar do PCP acusou a UNITA de Savimbi de ser a responsável pela guerra em Angola e defendeu que Portugal deve nas instâncias internacionais em que participa desenvolver esforços diplomáticos próprios com vista a contribuir activamente para o fim do conflito.

Na responsabilização da UNITA de Savimbi e de quem sustenta a sua máquina militar reside a questão essencial da guerra de Angola, segundo João Amaral, que lamentou a destruição que devasta o país e o rasto de morte e miséria que atinge as suas gentes.
O deputado comunista falava a propósito de um voto de cariz profundamente reaccionário subscrito pelo CDS/PP respeitante a um relatório recentemente divulgado pela instituição «Global Witnesse». Discordando «frontalmente» do teor da iniciativa dos populares, João Amaral, sem deixar de reconhecer que «esta é de facto uma guerra em que se movem os mais poderosos interesses das grandes empresas dos diamantes e dos petróleos», considerou que esta constatação «não pode servir para iludir responsabilidades», isto é, que o «debate internacional sobre Angola é sobre a guerra» e que esta é «da responsabilidade, internacionalmente definida, da UNITA de Savimbi e de quem a apoia».
Por tudo isto, ainda na perspectiva da formação comunista, não pode a Assembleia da República «passar o tempo a pronunciar-se sobre a política interna de Angola com o paternalismo mal-disfarçado que emerge de pretensões neo-colonialistas».


«Avante!» Nº 1360 - 23.Dezembro.1999