Encontro
Nacional do Secundário
JCP
defende ensino de qualidade
Coimbra foi palco, no
sábado, do 7º Encontro Nacional do Ensino Secundário da JCP
sob o lema «Mais Intervenção, Revolução na Educação», uma
iniciativa que juntou centenas de estudantes comunistas e que
contou com a participação de Luisa Araújo, da Comissão
Política do PCP. O encontro constitui o ponto de partida para
uma intervenção mais forte da JCP e dos seus militantes nas
escolas. No fim, a cidade encheu-se de bandeiras vermelhas e
ouviu as palavras de ordem dos jovens pedindo uma sociedade nova.
A política
educativa e a organização e a actividade da JCP foram os dois
principais temas discutidos no Encontro, num debate que permitiu
a troca de experiências e opiniões e que definiu as linhas de
orientação para os próximos anos.
O descontentamento dos estudantes em relação ao Governo foi o
tópico dominante, contestando a sua «política educativa de
direita, orientada pelo capitalismo, que põe de parte os
problemas reais, direitos, aspirações e necessidades» dos
jovens.
E muitos foram os pontos criticados: as más condições humanas
e materiais das escolas, a falta de educação sexual, o regime
disciplinar e as suas medidas de repressão, o novo diploma de
autonomia administrativa e gestão escolar, os numerus clausus
e a alteração do regime de acesso ao ensino superior, a quase
inexistente avaliação contínua e o processo burocrático em
que está envolvida a legalização das associações de
estudantes.
«É contra tudo isto que temos desenvolvido a nossa
intervenção nas escolas do país, defendendo, de mãos dadas
com os estudantes do ensino básico, uma escola nova, mais justa,
mais fraterna e solidária, onde existam as condições
necessárias para uma efectiva formação profissional e pessoal,
onde haja educação sexual e planeamento familiar, onde se dê
voz aos estudantes e às suas reivindicações. Para que nós
participemos na construção desse espaço, onde aprender a viver
e a pensar seja uma realidade», afirmam os jovens comunistas.
Os participantes na iniciativa defenderam ainda a necessidade de
criar empregos dignos e com direitos e manifestaram a sua
solidariedade com o norte-americano Mumia Abu-Jamal.