México
Governo
reprime estudantes
Os estudantes mexicanos da UNAM (Universidade Autónoma do México) estão há quase oito meses em greve de protesto contra o ataque à educação pública lançada pelo governo de Ernesto Zedillo no cumprimento dos ditames do Fundo Monetário Internacional.
No passado dia 11,
mais de 600 activistas do Conselho Geral de Greve manifestaram-se
frente à embaixada norte-americana na Cidade do México, numa
iniciativa em que se pronunciaram pela amnistia de Mumia Abu
Jamal, o jornalista negro condenado à morte pela justiça dos
EUA, e saudaram as manifestações de trabalhadores, estudantes e
ecologistas realizadas durante a reunião da Organização
Mundial de Comércio (COM) em Seattle, nos Estados Unidos. Quando
os estudantes se retiravam, após uma marcha que decorreu sem
incidentes, os granadeiros (polícia anti-motin) do governo da
capital mexicana carregaram sobre os manifestantes,
perseguindo-os e atacando-os nos locais onde se refugiavam. A
brutal repressão saldou-se em 98 activistas estudantis presos,
entre os quais 27 menores de idade, e seis estudantes
hospitalizados. Vários jornalistas foram igualmente agredidos
pela polícia.
Segundo informação do Conselho Geral de Greve (CGG), os
estudantes presos foram transferidos para a penitenciária do
Estado no passado dia 13, não havendo da parte do governo
qualquer sinal de pretender libertá-los. Entretanto, o
representante legal da embaixada norte-americana apresentou uma
queixa por alegados danos materiais sofridos.
O CGG responsabiliza o governo mexicano (do Partido da
Revolução Democrática - PRD) e o governo federal pelo
ocorrido, e decidiu suspender o processo de diálogo com as
autoridades universitárias até à libertação dos seus
companheiros presos. Paralelamente, o CGG decidiu implementar um
plano de luta em defesa dos presos, iniciado com uma marcha, no
dia 13, do Monumento à Revolução até à Câmara dos
Deputados. Também os alunos da Preparatória 2 (escola
pré-universitária) se solidarizaram com o protesto levando a
cabo uma greve de fome e um bloqueio de avenidas que culminou no
dia 16 de Dezembro numa mega marcha da Secretaria de Relações
Exteriores à Embaixada dos Estados Unidos.
Os estudantes mexicanos apelam à solidariedade nacional e
internacional com a sua luta contra a destruição da educação
pública e pela libertação imediata dos seus companheiros
presos. As mensagens de solidariedade devem ser enviadas para o
Consejo General de Huelga (CGH): [email protected] ; para a Comisión contra la represión
del CGH: [email protected] ; e para a Secretaria de Governación del
Gobierno Mexicano: [email protected] .