Amnistia Internacional
denuncia drama timorense


Mais de 100 mil timorenses continuam presos em «campos de refugiados» controlados por milícias, denunciou segunda-feira em Londres a Amnistia Internacional (AI).

«Os refugiados em Timor-Leste são considerados prisioneiros em alguns campos» e as
«suas vidas estão a ser dirigidas pelas milícias que destruíram Timor-Leste», afirma a AI, para quem a vida no território continua sob o constante temor causado pelas milícias que intimidam, usurpam, assassinam e submetem a humilhações sexuais a população civil. A faltade informação sobre a situação e os ataques aos refugiados, adianta a Amnistia, desanimaram muitos timorenses que pretendiam regressar aos seus lugares de residência.
Em comunicado de imprensa, citado pela Lusa, a organização denuncia o deterioração das condições humanitárias nos campos de refugiados, onde a escassa protecção e os baixos níveis de sanidade originam a propagação de doenças como a diarreia crónica e a tuberculose. Segundo a AI, 32 crianças e três adultos morreram no campo de Tua Pukan entre 22 de Novembro e 1 de Dezembro.
Por outro lado, a AI afirma que o acesso ao Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) e a outras organizações comunitárias está restringido e que o seu pessoal sofre ameaças e ataques quando visitam os campos. A Amnistia apela à comunidade internacional para que não ignore a continuação da crise e não deixe de pressionar as autoridades
indonésias a desarmarem os grupos paramilitares.


«Avante!» Nº 1360 - 23.Dezembro.1999