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melhores salários
nos têxteis e lanifícios
«É chegado o tempo dos industriais negociarem melhores e mais justos salários», afirma a Fesete/CGTP-IN, num comunicado em que apela ao envolvimento dos trabalhadores no processo de revisão da contratação colectiva para o sector de têxteis, malhas, têxteis-lar, lanifícios e tapeçaria.
A federação
lamenta que tenha terminado 1999 sem que fosse possível negociar
o contrato colectivo, tanto no que toca a clausulado geral, como
no que respeita aos aumentos salariais, que deviam vigorar desde
o início do corrente ano.
Nas reuniões realizadas com os representantes patronais, estes
foram intransigentes: não aceitam nenhum aumento salarial
superior à inflação enquanto os sindicatos não aceitarem a
polivalência de funções em grandes áreas de produção
(fiação, tecelagem, acabamentos, estamparia, etc.), a
flexibilidade de horários durante 12 sábados por semestre, e
nova regulamentação sobre faltas, férias e 13.º mês.
A Fesete recorda que as estruturas sindicais admitem negociar
«novas matérias necessárias ao bom funcionamento das
empresas», mas recusam qualquer proposta que venha reduzir os
já baixos rendimentos dos trabalhadores, num historial recente
de desvalorização dos salários.
«Ao fim de dez anos de vultuosos investimentos na
reestruturação e modernização das empresas, de que resultaram
empresas mais competitivas, melhor qualidade dos produtos e uma
redução de dezenas de milhar de postos de trabalho nestes
sectores», a federação e os sindicatos defendem que «é
urgente dar passos nas próximas reuniões de negociação».
A actualização reivindicada para 2000 prevê aumentos de cinco
contos para a maior parte dos grupos salariais, sobre valores que
em 1999 variaram entre o salário mínimo nacional e 120 contos.
«Não é pela nossa proposta que as empresas deixam de ser
competitivas», afirma a federação.