Novo aeroporto
de Lisboa
Falta
sustentabilidade à decisão
Duras críticas ao processo que envolve a construção do novo
Aeroporto foram feitas pelo Grupo Parlamentar do PCP. «A
decisão, a ser tomada, é no mínimo precipitada e pouco
fundamentada», disse o deputado comunista Joaquim Matias, assim
resumindo a posição da sua bancada, no debate de urgência
realizado na semana transacta por iniciativa do PSD.
Sem deixar de
reconhecer a importância de um novo aeroporto de Lisboa,
enquadrável, como referiu, na «orientação estratégica de
desenvolvimento do País, valorizando o território com uma nova
centralidade», Joaquim Matias considera no entanto que um tal
projecto não pode deixar de reunir um «amplo consenso
nacional».
Ora não é isso que sucede, como testemunha a polémica
instalada, e tudo porque a decisão a tomar carece de
fundamentação adequada. «Sem sustentabilidade em estudos
sérios e seguros não haverá projecto estruturante, mas antes
um enorme elefante branco», advertiu o deputado do PCP.
E é aqui que reside a questão nodal do problema, segundo a
formação comunista. É que, como assinalou Joaquim Matias,
houve estudos (como os de impacte ambiental) que não foram
objecto do aprofundamento exigível, enquanto de outros e
respectivos pareceres nem sequer foi dado conhecimento público,
para não falar da inexistência - face a um investimento que se
quer estruturante -, de um plano de ordenamento do território e
de um plano estratégico.
«Fala-se da construção do novo aeroporto, mas há estudos
aprofundados que exijam a sua construção? E as acessibilidades
rodo e ferroviárias? E o ordenamento do território circundante?
Quando foram avaliados os seus custos?», perguntou Joaquim
Matias.