Projecto do PCP
é hoje discutido
Violência
contra mulheres
deve ser crime público
O PCP pretende ver reforçadas as medidas de
protecção às mulheres vítimas de violência, defendendo que
sejam considerados crimes públicos situações de maus tratos
entre pessoas que coabitem.
O projecto do PCP,
que é hoje, quinta-feira, discutido na Assembleia da República,
propõe a criação de uma Comissão Nacional de prevenção e de
protecção das mulheres vítimas de violência, com funções de
coordenação da prevenção da prevenção a funcionar na
dependência dos ministros da Justiça e do Trabalho e da
Solidariedade.
Em cada distrito e em cada região autónoma, os comunistas
propõem que funcione uma comissão, dotada sempre que
necessário de um centro de atendimento, que poderá ter núcleos
de extensão.
Na área penal e processual penal, o diploma do PCP visa alargar
«a tipificação do crime de maus tratos por forma a contemplar
situações, como a de ex-cônjuges, ou de pessoas que tivessem
vivido em uniões de facto e ainda pessoas que tenham em comum
filhos».
Em relação às pessoas que coabitem, o projecto entende que «o
crime deve ser público», explicando que «é nessa situação
que a dependência das mulheres as faz recear a apresentação da
queixa, que já tem conduzido a desistências para continuar de
novo o inferno dos maus tratos».
No entanto, prevê a possibilidade de que «ofendida/o possa
requerer a suspensão provisória do processo», que poderá ser
mesmo arquivado após relatório do Instituto de Reinserção
Social.
Por último, no caso de crime de maus tratos, o projecto propõe
o afastamento do condenado da residência da vítima pelo
período de dois anos.
Entretanto, o grupo parlamentar do PCP realizou, entre
segunda-feira e ontem, visitas ao Centro de Acolhimento de
Crianças em Risco da Cáritas, em Setúbal, e à Associação
«O Ninho»; e encontros com a Associação de Apoio à Vítima,
com a directora do programa INOVAR, com a Associação de
Mulheres contra a violência e com a Comissão para a Igualdade e
Direitos das Mulheres.