Em
defesa do Hospital
de Alhos Vedros
A população e os órgãos autárquicos do concelho
da Moita contestam o possível encerramento do Hospital de Alhos
Vedros, na sequência de uma reestruturação dos serviços de
saúde do concelho.
A constituição de
uma comissão de utentes e a promoção de um abaixo-assinado,
que já recolheu cerca de cinco mil assinaturas, foram acções
entretanto promovidas pela população. A Junta de Freguesia de
Alhos Vedros e a Câmara da Moita também contestaram o
encerramento do hospital, considerando que as várias
alterações verificadas nos últimos anos, com a desactivação
de alguns serviços, se têm traduzido sempre em prejuízo para a
população do concelho.
A recém-criada comissão de utentes considera o hospital como
«uma unidade de saúde imprescindível ao concelho da Moita,
dada a carência de equipamentos existentes nesta zona» e afirma
que irá organizar a luta pela sua manutenção e melhoria.
Em comunicado de imprensa, a comissão de utentes lembra que
está em causa o «único equipamento de saúde com uma unidade
de internamento e com atendimento permanente de 24 horas por dia,
num concelho com 33 787 utentes inscritos nos centros de saúde
mas sem médico de família».
A alternativa que se coloca é o Hospital Distrital do Barreiro
que - sublinha a comissão - «além de significar por vezes uma
espera de dois anos para uma consulta, impõe despesas de
transportes, incomportáveis para uma parte significativa da
população».
Ao constituir-se, a comissão de utentes assume como objectivos
fundamentais: melhores condições de salubridade, higiene e
bem-estar; manutenção do serviço de atendimento permanente;
melhores condições, nomeadamente do serviço de internamento.
Os utentes consideram mesmo que, pelas suas características,
localização e população abrangida, o hospital de Alhos Vedros
«pode e deve funcionar como unidade de apoio de retaguarda e
triagem» para o hospital do Barreiro, pelo que esta será uma
direcção fundamental da luta a desenvolver pela comissão.
Ponte de ligação
A Câmara da Moita
rejeita a ligação viária entre as freguesias de Sarilhos
Pequenos (Moita) e Sarilhos Grandes (Montijo) proposta pela
autarquia do Montijo, por considerar que desrespeita o Plano
Director Municipal (PDM) e as áreas de reserva
ecológica/agrícola.
Em Dezembro último, a Câmara do Montijo, de maioria socialista,
propôs como alternativa à actual ponte pedonal, que liga as
duas freguesias, a construção de uma estrada com início numa
rotunda à entrada de cada uma das localidades, cujo custo
ascenderia a mais de cem mil contos.
Entretanto, os eleitos da CDU da Câmara da Moita defendem, com
um orçamento de cinco mil contos, a recuperação da ponte como
passagem para automóveis ligeiros.
A obra foi embargada pela presidente da autarquia do Montijo, em
Julho passado, com o argumento de que se trata de um «atentado
ambiental e à qualidade de vida da população de Sarilhos
Grandes».
Um argumento contestado nomeadamente por um movimento cívico, a
Comissão Pró-Ponte, que defende que o projecto «concilia a
modernidade com a harmonia paisagística e ambiental» e que
«honra o património comum das duas freguesias», beneficiando
as populações, pelo acesso facilitado ao comércio e a
diferentes serviços.