Utentes da linha de Sintra
Dez anos de luta



«Incumprimento de horários, supressões de comboios e paragens nunca esclarecidas, avarias sucessivas. Ameaças e assaltos no interior das carruagens, falta de higiene do material circulante, estações desumanizadas...». Esta era a situação que se vivia na Linha de Sintra há dez anos atrás, e que levou à criação da Comissão de Utentes da Linha de Sintra (CULS).

Uma década depois, há uma evolução a registar. No balanço destes dez anos - e sempre na perspectiva de defesa dos direitos dos utentes - a CULS refere, como passos positivos, o aumento da qualidade dos comboios e da via, a instalação do controlo automático de velocidade, a quadriplicação da linha até ao Cacém, a criação de novas estações e a melhoria no cumprimento de horários.
A Comissão continua a exigir, entretanto, uma melhoria dos serviços por parte dos Caminhos de Ferro de Portugal (CP), com especial referência à segurança.
Nesta área, defende a necessidade de passagens desniveladas e, em caso de acidente, uma maior rapidez e humanização nas medidas que se imponham.
Ainda no que respeita à segurança, a comissão pretende a concretização do plano de evacuação e emergência no túnel do Rossio em caso de acidente e o aumento do número de polícias ferroviários.
A entrada em circulação de comboios directos e semi-directos, o prolongamento dos horários de e para a estação do Oriente e a luta contra o recente aumento injustificado dos passes para o Areeiro, são outras das preocupações dos representantes dos utentes.
A lista de críticas inclui, por outro lado, a falta de informação sonora e sinalética dentro dos comboios e nas estações, a falta de abrigos, em especial nas estações do Oriente e da Amadora, e a necessidade de instalar ar condicionado em todos os comboios.
A comissão de utentes considera ainda inadmissível que as máquinas de bilhetes, recentemente instaladas, entreguem nalguns casos vales em vez de dinheiro, e defende a possibilidade de comprar bilhetes aos revisores a partir de determinadas horas.


«Avante!» Nº 1363 - 13.Janeiro.2000