CDU/Madeira
propõe
Fundo
de solidariedade contra a miséria
Garantir «novos mecanismos de apoio social enquanto
vector para o desenvolvimento local» é o objectivo das
propostas de alteração do orçamento regional para 2000,
apresentadas pelo grupo parlamentar da CDU na Madeira.
Em conferência de
imprensa realizada no passado dia 7, o grupo parlamentar
apresentou a proposta de criação de um Fundo de
solidariedade. Esse fundo, a ser incluído já no orçamento
regional para 200, corresponderia a uma «aplicação dos
recursos públicos para o apoio directo a opções específicas
de erradicação da pobreza».
O fundo deveria ser dotado de uma verba de 4 milhões de contos,
fruto da reorientação dos recursos financeiros, «por forma a
implementar políticas redistributivas sem custos acrescidos em
termos de crescimento económico».
A CDU/Madeira critica os sucessivos orçamentos regionais, ao
longo de mais de duas décadas de poder absoluto do
PSD/Madeira, por se caracterizarem por «uma completa falta de
preocupação pelos problemas sociais».
Considerando que o Governo Regional elabora os seus orçamentos
«com base numa visão de desperdício de dinheiro em
privilégios», o grupo parlamentar lembra os milhões que se
gastam com o golfe e com o futebol profissional ou para apoiar o Jornal
da Madeira.
«O combate miséria e à desigualdade social não se faz com a
caridade dos chás ou com planos vagos e indefinidos», sublinham
os comunistas madeirenses. Impõe-se, sim, «recorrer a um grande
conjunto de medidas que requerem recursos continuados e
suplementares, à escala regional».
Essa a razão de ser da proposta de criação do Fundo de
Solidariedade. Na certeza de que «o desenvolvimento
económico, associado a reais políticas sociais compensatórias,
pode mesmo reduzir as desigualdades. Há é que saber como
promover esse desenvolvimento».
Meia Serra
Unir
forças
Todos os partidos da
oposição madeirense se juntaram agora à luta que tem vindo a
ser desenvolvida pela CDU/Madeira, designadamente pelo deputado
à Assembleia Legislativa Regional, Edgar Silva, contra as
condições de insegurança da estação de resíduos da Meia
Serra.
No quadro das acções de protesto que se repetiram no passado
dia 9, os partidos da oposição madeirense comprometeram-se a
unir forças para resolver os problemas ambientais provocados
pela Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos, que
tem vindo a ser contestada pela população.
Durante uma concentração na Quinta da Vigia, a oposição
madeirense decidiu elaborar um documento de compromisso de
combate à situação nesta estação e promover um
abaixo-assinado para entregar ao provedor da Justiça e às
principais instituições europeias.
A concentração decorreu depois de um buzinão que envolveu
cerca de 30 automóveis, num percurso entre a Estação da Meia
Serra e a cidade do Funchal. Alguns populares da Camacha, Meia
Serra e Ribeiro Serrão tentaram, sem o conseguir, entrar na
Estação de Resíduos para ver a evolução das obras do muro de
um dos aterros que desabou no princípio de Dezembro.
Com palavras de ordem como A luta continua/Jardim lixeira para
a rua ou Meia serra não/abaixo Alberto João, a
mobilização popular reuniu cerca de duas centenas de pessoas,
que se comprometeram a continuar a luta contra a estação.
No início de Dezembro de 1999, um dos muros do suporte de um
aterro da Estação de Resíduos desabou, fazendo cair toneladas
de material depositado sobre uma das lagoas de água lixiviante,
o que provocou uma espécie de onda de terra, lama e pedras que
se abateu sobra a população do Ribeiro Serrão.