Patrões franceses em greve
As principais associações patronais francesas da
área dos transportes, a Federação Nacional do Transporte
Rodoviário e a União Nacional de Organizações Sindicais de
Transportadores Rodoviários, iniciaram segunda-feira um bloqueio
das principais estradas e postos fronteiriços de França com a
Espanha, Itália, Alemanha, Suíça, Bélgica e Luxemburgo.
O motivo do protesto vai claramente contra os interesses dos seus
funcionários, embora conte com o seu apoio para o concretizar.
Em causa está um projecto de lei apresentado na sexta-feira que
fixa a duração máxima do tempo de trabalho em 39 horas
semanais ou 56 horas se se tratar de uma semana isolada, com um
máximo de 220 horas mensais.
O patronato argumenta que a redução do tempo de trabalho
prejudica as transportadoras francesas em relação às
concorrentes europeias que são regidas por regras menos
restritas. A Associação Britânica de Transportadoras qualifica
esta acção como «escandalosa».
Por seu lado, os sindicatos consideram a proposta insuficiente e
defendem que os camionistas devem ser abrangidos pela
legislação que estipula o horário de trabalho em 35 horas
semanais em empresas com mais de 20 empregados, lei que entrará
em vigor a 1 de Fevereiro.
As Fources Ouvrieres e a Confederação Nacional dos
Trabalhadores, dois dos principais sindicatos do sector, estão a
organizar manifestações respectivamente para o fim do mês e
para Fevereiro.
As organizações patronais protestam ainda contra a subida do
preço do gasóleo, que no último ano aumentou 30 por cento e
que na terça-feira voltou a subir nove cêntimos por litro.
O Governo lembra que não é responsável pela subida do preço
do gasóleo e defende que os camionistas devem ser abrangidos
pela diminuição do horário de trabalho.