Médio Oriente
Negociações recomeçam quarta-feira



A segunda ronda de conversações entre Israel e a Síria terminou segunda-feira, na localidade norte-americana de Shepherdstown, sem que as partes tenham chegado a nenhuma conclusão.

Espera-se que na próxima quarta-feira, quando se iniciar a próxima ronda, os representantes de Telavive e de Damasco tragam uma posição sobre a proposta apresentada por Bill Clinton, que prevê a devolução por Israel dos Montes Golã e o regresso das fronteiras para o ponto em que estavam até 4 de Junho de 1967, data da Guerra dos Seis Dias. Por seu lado, o documento pede à Síria que dê garantias de paz e segurança.
Na segunda-feira, cerca de cem mil pessoas manifestaram-se contra a devolução dos Golã, em Telavive. Entre eles estavam naturalmente os 17 mil colonos judeus que moram na zona em questão, mas também dois ministros israelitas que ameaçam abandonar o Governo se as concessões a Damasco se concretizarem: Natan Sharanski, ministro do Interior e dirigente do partido B’Aliyah para os Imigrantes, e o ministro da Habitação, Yitzac Levy.
O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, David Levy, garantiu que Telavive não aceitará a retirada total dos montes. De qualquer forma, qualquer acordo alcançado deverá ser sujeito a referendo em Israel. Pelo menos foi o que o primeiro-ministro Ehud Barak prometeu.
«Não há dúvida que são umas negociações difíceis», afirmou Barak, no domingo, assegurando que só assinará um acordo que «fortaleça a segurança de Israel e cumpra as suas necessidades vitais».
As negociações do Médio Oriente sofrerão um novo impulso, em Moscovo, no dia 1 de Fevereiro, data do reinicio do processo internacional iniciado com a conferência de paz realizada em Madrid em 1991.
Entretanto, no próximo sábado, Israel deve retirar-se de 6,1 por cento da Cisjordânia, depois de nesta semana estar prevista a retirada de outros 5 por cento. Yasser Arafat, líder da Autoridade Palestiniana, no discurso do fim do Ramadão, prometeu que antes do fim do ano o Estado palestiniano será criado e que «a bandeira palestiniana voará sobre Jerusalém».


«Avante!» Nº 1363 - 13.Janeiro.2000