Processo TAP
Esclarecer
decisões obscuras
O PCP insiste em considerar que a decisão do Governo
sobre a TAP é precipitada e está envolta de aspectos obscuros.
Afirma mesmo que a recente audição parlamentar sobre o caso,
realizada por sua proposta, ao invés de dissipar dúvidas, veio
avolumar «as dúvidas e interrogações».
Por isso a bancada
comunista quer agora que os actos do Governo relativos à
privatização, reestruturação e definição das alianças
estratégicas da TAP sejam alvo de um inquérito parlamentar. O
pedido foi já formalizado e tem por base a necessidade de serem
clarificadas questões que os comunistas garantem prejudicar os
interesses nacionais, bem como os da TAP enquanto empresa
nacional de bandeira, pondo simultaneamente em causa o futuro dos
trabalhadores.
Por esclarecer estão, por exemplo, as consequências da
privatização no que se refere à entrega do controlo da TAP a
empresas e centros de decisão estrangeiros. A existência de
valores de avaliação superiores ao valor final anunciado de
privatização constitui outra das questões que desejam ver
aclarada, do mesmo modo que querem perceber por que razão não
foram considerados estudos da TAP que atribuem vantagens
económicas e estratégicas a outras parcerias diversas da
opção anunciada pelo Governo.
A carecer de explicação, do ponto de vista da bancada
comunista, está igualmente a decisão sobre alianças que se
têm revelado prejudiciais à autonomia e ao equilíbrio
financeiro da TAP, assim como as opções de associação com
operadores privados e turísticos para a criação de uma empresa
de transporte aéreo não regular, sem que haja conhecimento de
quaisquer estudos que suportem tal decisão.