4.ª Assembleia
de Beja aprova propostas para o desenvolvimento do Alentejo
Reforçar
a intervenção política
para alargar a influência do PCP
No final dos trabalhos da 4ª Assembleia da Organização de Beja do PCP, que teve a participação do secretário-geral, cerca de 300 delegados de todo o distrito elegeram no domingo, em Beja, uma nova Direcção da ORBE.
A 4ª Assembleia da
Organização de Beja do PCP, realizada no domingo, no Instituto
Politécnico de Beja, constituiu um "importante contributo
para reforçar a nossa intervenção política e alargar a
influência do PCP na sociedade", afirmou o
secretário-geral do Partido, Carlos Carvalhas, no final dos
trabalhos da reunião, perante mais de três centenas de
delegados e convidados.
Carlos Carvalhas, fez o balanço da assembleia, muito
participada, criticou a política de direita do Governo do PS e
falou da preparação do 16º Congresso do PCP.
Sob o lema "Com o PCP, rumo ao futuro", a assembleia
dos comunistas do distrito de Beja um debate aberto e
participado sobre as grandes questões da sociedade alentejana e
da vida do Partido aprovou uma resolução política com
propostas para o desenvolvimento e com medidas para renovar a
organização partidária. O documento, que no decorrer da
reunião acolheu diversas alterações propostas pelos delegados,
tinha estado já em discussão, entre os militantes, durante um
mês.
Prossegue a desertificação
Na resolução
aprovada, os comunistas do distrito de Beja consideram que a
situação económica e social na região continua a ser grave
prosseguem a desertificação, o envelhecimento da
população, as elevadas taxas de desemprego e trabalho precário
e que a governação do PS nos últimos cinco anos em nada
alterou o estado de coisas. Assim, foram apresentadas propostas
concretas exigindo mais verbas no âmbito do III Quadro
Comunitário de Apoio, uma política de desconcentração e
descentralização administrativa, o cumprimento do calendário
de Alqueva e uma nova política agrícola, o avanço do projecto
do Aeroporto de Beja, melhores acessibilidades, a retoma das
actividades das Pirites Alentejanas, em Aljustrel, melhor saúde
e educação, uma melhor política de protecção social,
acções nas áreas da cultura, do património, do turismo, do
ambiente, do desporto, do combate à toxicodependência.
Para concretizar o verdadeiro programa de desenvolvimento
proposto, os comunistas manifestaram disponibilidade para, com
outros democratas e outras forças políticas, "encontrarem
as convergências necessárias" visando o bem-estar das
populações e o desenvolvimento do Alentejo.
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Dinamizar
e renovar
a organização partidária
A par das propostas para o desenvolvimento económico e social da
região, a 4ª Assembleia da Organização de Beja debateu e
aprovou um conjunto de medidas para dinamizar e renovar a
organização do Partido.
O funcionamento regular das comissões concelhias, comissões de
freguesia e células nas empresas e serviços, o acompanhamento
da actividade dos eleitos comunistas no Poder Local "de
forma a que as autarquias prossigam a grande e diversificada obra
realizada em prol da melhoria da qualidade de vida das
populações e do desenvolvimento local e regional", o
recrutamento prioritário de um ainda maior número de jovens
para o Partido, a distribuição do renovado "Avante!"
e demais publicações e materiais partidários são,
entre outras, as medidas preconizadas para dinamizar o Partido no
distrito de Beja.
Para 2000, ano do 16º Congresso, a ORBE estabeleceu como metas
que todas as organizações de base efectuem a sua assembleia de
organização e elejam o respectivo organismo de direcção, que
seja promovida uma campanha de actualização de dados de todos
os membros do Partido e que sejam recrutados 200 novos
militantes, dos quais "pelo menos 50 com menos de 30
anos".
O plenário dos comunistas debateu também e elegeu a nova
Direcção da Organização de Beja, que passa de 24 para 38
membros, à qual caberá, agora, a tarefa de trabalhar para
implementar as resoluções aprovadas e dinamizar a intervenção
política do Partido, tendo em vista o reforço da influência do
PCP na sociedade.
Em Beja, Carlos Carvalhas reafirma identidade do PCP
Um
Partido de causas e valores
Na intervenção de encerramento, Carlos Carvalhas, referindo-se à Resolução Política aprovada na Assembleia de Beja, reiterou a necessidade aí sublinhada de imprimir uma nova dinâmica á organização, nomeadamente através da existência de mais quadros a tempo inteiro, sobretudo jovens, de uma maior regularidade no funcionamento dos organismos, do estímulo à criação de células e de uma maior participação dos jovens nas actividades do PCP, encontrando para isso formas atraentes de trazer a juventude «aos ideais e às lutas dos comunistas».
O recrutamento de novos militantes é uma outra direcção que o secretário-geral do PCP considera prioritária, sendo igualmente importante dar uma maior atenção e ajuda à difusão do «Avante!», agora remodelado.
De seguida, Carlos Carvalhas abordou as manobras de divisão que tentam condicionar o debate do PCP na preparação do XVI Congresso, a realizar em Dezembro. «As técnicas dos nossos adversários são velhas e os objectivos também», disse. «São os processos de intriga», as «distorções dos discursos», as «interpretações unilaterais», as «catalogações», tudo sempre com o mesmo objectivo: «dividir para reinar».
Uma barreira às injustiças
Tudo isto não pode, porém, «condicionar ou paralisar» o debate dos comunistas que «devem, sim, debater com seriedade a preparação do Congresso a par de uma grande actividade e iniciativa política».
«Com a sua identidade, com a sua matriz ideológica revolucionária, com as suas regras de funcionamento, com a sua natureza de classe, com as suas raízes, luta e intervenção, com a sua coerência», o PCP é de facto «um grande obstáculo à política de direita, à concentração da riqueza, às injustiças sociais, ao reino do capital financeiro». E vai continuar a sê-lo, «por muito desgosto» que isso cause ...
Aliás, «são cada vez mais os portugueses que entendem e que querem que se reforce este Partido, Partido Comunista Português, que não vira as costas às dificuldades, que está e estará sempre com os trabalhadores e com as populações, que apresenta propostas alternativas» procurando dar resposta aos problemas do povo e do País.
«Com firmeza, com determinação, com as suas convicções comunistas, com os olhos postos no futuro», o PCP - «Partido de causas, valores e princípios» -, continuará, pois, a sua luta «com confiança pela transformação social, por um Portugal de progresso e justiça, tendo por horizonte o socialismo».