Frigocom falha plano de viabilização
O deputado comunista Vicente Merendas denunciou a
«completa impunidade» em que continua a agir a empresa
Frigocom.
Em causa está,
perante a complacência do Governo, o não cumprimento do plano
de viabilização a que aquele empresa se comprometeu para
recuperar a H.R. Metalomacânica Teixeira e Ramalho. Esta foi
até 1996 o maior fabricante nacional de frigoríficos e arcas
congeladoras. A história remonta àquela data, altura em que a
empresa, sediada em Pinhal Novo, viu a sua laboração
interrompida por ruptura financeira, deixando de pagar salários
aos seus 240 trabalhadores. Foi então que por intervenção do
Ministério da Economia, com a concordância de credores e de
trabalhadores, foi estabelecido um plano de viabilização,
reconfirmado em 1998,através do qual a Frigocom retomaria a
laboração. O plano previa a admissão numa fase inicial de 55
trabalhadores, a que se seguiria, faseadamente, a integração
dos restantes. Como contrapartida, a Frigocom beneficiou de
apoios do IAPMEI na ordem dos 700 mil contos.
Sucede porém que nenhum dos compromissos por si assumidos foi
respeitado. Isto é, não incrementou nenhuma das medidas
previstas no plano de viabilização: retomar a laboração da
fábrica, integrar os trabalhadores, pagar a estes os créditos
devidos, proceder às amortizações aos credores.
Esta escandalosa situação levou já o deputado comunista
Vicente Merendas a questionar o Governo, em requerimento dirigido
ao Ministério da Economia, instando-o a pronunciar-se sobre as
medidas que pensa adoptar para levar a Frigocom a cumprir o plano
por ela própria apresentado. Perguntado é ainda se a Frigocom
já repôs os 700 mil contos de apoios e incentivos de que
beneficiou, face ao desrespeito pelas suas obrigações.