Encontro da
CDU/Algarve
A
região do quatro por cento
O Poder Local, a centralização e
governamentalização que se mantém aos vários níveis e
diferentes áreas e as tentativas de privatização de serviços
públicos, foram algumas das questões abordadas no Encontro
Regional de eleitos e activistas da CDU/Algarve, realizado
sábado passado.
Os participantes no Encontro começaram por manifestar a sua
profunda discordância quanto ao prosseguimento da
centralização e governamentalização na atribuição e gestão
de fundos comunitários e lembram que «mais de 90% do
investimento total previsto na ordem dos 497 milhões de contos
será determinado e decidido pelo Governo enquanto o Poder Local
terá uma intervenção directa inferior a 10%».
O Algarve continua assim a ser «a região do 4%», denuncia-se
em comunicado de imprensa sobre o Encontro, continuando o governo
a considerar apenas a população residente e a ignorar a
flutuante. Pelo que a região continua relegada para uma «mera
posição marginal» e não se tem em conta «o elevado
contributo da economia algarvia para o todo nacional em termos de
recitas de turismo».
Na análise dos projectos de descentralização anunciados pelo
governo, a CDU denuncia que «a confusão e as contradições
estão instaladas. Ora se ouve falar em altos comissários,
reformulação das CCR´s, ou em gestores para
coordenação regional de serviços de fundos comunitários, ora
se fala no reforço dos Governadores Civis ou no renovado interesse
das Assembleias Distritais».
Neste quadro o Encontro lembrou a posição assumida pelo PCP,
que avançou na AR com um Projecto Lei para a criação dos
Institutos Regionais, visando garantir uma maior participação
das câmaras e estruturas com representatividade regional na
aprovação e decisão das respectivas verbas.
Pela democracia,
contra privatizações
A Lei Quadro de
Competências e Regime Jurídico de Funcionamento dos Orgãos dos
Municípios e das Freguesias, assim como o Estatuto da
Oposição, foi outro tema em debate.
O Encontro concluiu que os eleitos da CDU tudo farão para que a
sua aplicação seja no sentido «da democraticidade e
transparência na gestão dos orgãos autárquicos e de uma maior
informação e participação dos trabalhadores e das
populações».
A esta preocupação de defesa e aprofundamento da democracia
junta-se a de lutar contra as privatizações dos serviços
públicos.
A CDU considera necessário «fazer o balanço dos custos e
qualidade dos serviços prestados bem como renegociar os preços
dos respectivos serviços» e reafirma que «é essencial
preservar a natureza pública destes serviços e combater as
tentativas de privatizações assentes na filosofia neoliberal de
socializar os prejuízos e privatizar os lucros».