Crimes ecológicos
em Sintra-Cascais



Os «crimes ecológicos permitidos na Área Protegida de Sintra-Cascais» foi o tema de uma conferência de imprensa ontem promovida por «Os Verdes» e testemunha das preocupações, que persistem, em relação à defesa deste Parque Natural.

Num primeiro comentário às declarações do Ministro do Ambiente sobre os escândalos e atentados no Parque Natural Sintra Cascais, nomeadamente no Abano e Raso, «Os Verdes» sublinharam o caracter tardio dessas declarações e reclamaram do Governo «clareza e medidas concretas».
Em comunicado de imprensa então divulgado, o Partido Ecologista lembra a audição parlamentar que teve lugar há dois anos atrás por sua iniciativa e sublinham que, na sequência dessa audição, o Governo nada fez.
Por isso, consideram que é tempo de ver esclarecido o exacto sentido do inquérito a realizar no Parque, tempo de clareza política, tempo de «travar a vergonhosa betonização dos nossos Parques Naturais e tentar salvar estes valiosos patrimónios».
Também a CDU afirma que as medidas anunciadas pelo Ministro do Ambiente vêm ao encontro das posições que sempre assumiu.
Considera, entretanto, que tais medidas - indeferir o projecto urbanístico do Raso, suspender o plano de ordenamento da área protegida Sintra/Cascais, ordenar uma inspecção aos empreendimentos urbanísticos entretanto licenciados e construídos - pecam por tardias e têm uma eficácia duvidosa.
A CDU/Cascais defende a suspensão, até à conclusão das inspecções, dos alvarás de loteamento e de construção já emitidos, e a publicação, em Diário da República, das medidas de salvaguarda que o Ministério do Ambiente pretende ver aprovadas em Conselho de Ministros.


«Avante!» Nº 1369 - 24.Fevereiro.2000