JUVENTUDE

Carlos Carvalhas sublinha que são as condições sociais que levam ao crescimento da extrema-direita
JCP de Setúbal debate política de juventude



O 1.º Encontro Regional de Setúbal da JCP analisou a situação dos estudantes e dos jovens trabalhadores e apresentou novas propostas.

A boa disposição e a alegria reinava no 1.º Encontro Regional de Setúbal da JCP, que teve lugar no sábado. Contudo, os problemas com que os jovens se deparam no dia-a-dia não foram esquecidos pelos participantes na iniciativa.
«Cada vez mais sentimos a falta de uma verdadeira política de juventude e de autênticas melhorias na educação», lê-se na resolução aprovada.
E muitas foram as críticas apontadas ao ensino secundário: o regime disciplinar desajustado, a desresponsabilização do Estado com o diploma de autonomia e gestão escolar, o sistema de avaliação.
Quanto ao ensino superior, sublinha-se a tentativa por parte do Governo de substituir sucessivamente as instituições públicas pelos estabelecimentos privados. «O ensino particular e cooperativo deve ser encarado como opção e não como única alternativa», defenderam os jovens comunistas.
Os jovens trabalhadores apresentaram uma longa lista de reivindicações, como o respeito pelo estatuto de trabalhador-estudante, a redução do horário de trabalho para 35 horas e o combate ao desemprego e à precariedade.
No fim da iniciativa, Carlos Carvalhas manifestou-se contra o facto de a uma boa parte da juventude estar reservado um trabalho precário e mal pago, o desemprego ou a emigração.
Na sua intervenção, o líder comunista abordou outro tema caro aos jovens: a educação. «Para o PCP, o investimento no ensino é um investimento estratégico», afirmou, acrescentando que é preciso apostar num ensino de qualidade.
Carvalhas sublinhou que são as condições sociais que levam ao crescimento da extrema-direita, como aconteceu na Áustria. «O trabalho mal pago e sem direitos, a desresponsabilização do Estado das suas funções sociais, o desemprego e as crescentes bolsas de pobreza, a exploração dos trabalhadores clandestinos, criam o caldo de cultura para o ascenso da extrema-direita que encontra assim base social para o seu populismo sem princípios», explicou.


«Avante!» Nº 1370 - 2.Março.2000