Proposta
inovadora para regularizar
situação de imigrantes indocumentados
Pôr cobro
à violação de direitos
Milhares de trabalhadores estrangeiros indocumentados vivem e trabalham no nosso país privados de quaisquer direitos. Regularizar a sua situação é o objectivo do PCP.
Trata-se de pôr
cobro à dramática situação em que se encontram no nosso país
esses milhares de cidadãos estrangeiros remetidos para uma
situação de ilegalidade. O carácter inovador da proposta agora
materializada em projecto de lei reside no facto de se tratar
não de mais um processo extraordinário de regularização,
limitado no tempo, mas sim do estabelecimento de um quadro
permanente de regularização daquelas situações, desde que
cumpridas algumas condições básicas e permaneçam em
território nacional desde data anterior a 1 de Janeiro de 2000
ou demonstrem residir no nosso país há mais de dois anos.
Num momento em que ocorrem em vários países europeus fenómenos
inquietantes de intolerância e xenofobia, como lembrou António
Filipe em conferência de imprensa para apresentação das
grandes linhas do projecto, a adopção das medidas preconizadas
pelo PCP representaria «um exemplo positivo de combate à
exclusão social dos imigrantes e de promoção da sua adequada
inserção na sociedade portuguesa».
Esta é, aliás, do ponto de vista da formação comunista, a
questão central desta problemática. Ou seja, a de que o
«racismo e a xenofobia não se combatem com a exclusão social
dos imigrantes, cedendo a pressões racistas e xenófobas». Ao
contrário, como foi sublinhado, combatem-se «coma integração
social, tratando os cidadãos com a dignidade a que, como seres
humanos, têm direito».
Para além de considerar que a integração social plena daqueles
cidadãos é uma «obrigação indeclinável do Estado
português», o Grupo Parlamentar do PCP entende ainda que só
por essa via será possível pôr fim à exploração infame a
que esses trabalhadores estão sujeitos.
São bem conhecidas as condições de extrema precariedade a que
são sujeitos milhares de imigrantes, que têm sido a força de
trabalho de grandes obras públicas, na sua grande maioria
recrutados por sub-empreiteiros que lhes negam qualquer direitos,
em alguns casos mesmo o direito ao salário, valendo-se da sua
situação ilegal.
O Grupo de Trabalho do PCP para a Imigração e Minorias Étnicas
promove, entretanto, uma iniciativa pública de reflexão e
debate sobre a regularização dos imigrantes no próximo dia 1
de Abril, às 15.00 horas, no Espaço Vitória, no Centro de
Trabalho do PCP.