Reforma no ensino secundário
O debate ainda está por fazer


A necessidade de envolvimento dos professores na mudança, foi uma questão de imediato levantada pelas organizações de país e professores, face à revisão curricular do secundário apresentada quinta-feira passada na Escola Secundária da Amadora. Um documento que será alvo de uma discussão profunda por parte da Fenprof.

A formação e qualificação de professores surge como uma das preocupações expressas, numa primeira reacção ao projecto de reforma do ensino secundário, por parte da Confederação das Associações de Pais (Confap) e da Federação Nacional dos Professores (Fenprof). Da análise mais aprofundada do documento agora apresentado - e de que oportunamente o «Avante!» dará notícia - outras questões irão naturalmente surgir.
Relembrando, em síntese, as reformas anunciadas, o secundário passará a incluir mais semanas de escola (33, em vez das actuais 29/30), dividindo-se o ano lectivo em dois semestres, com aulas de 90 minutos e uma carga semanal máxima de 30 horas.
Em termos de avaliação, haverá dois momentos de avaliação quantitativa semestral e, no Natal e na Páscoa, momentos de avaliação qualitativa. No 10º ano deixa de haver provas globais. Os alunos do 12º ano dos cursos gerais passarão a ter três exames obrigatórios (Língua Portuguesa, uma disciplina de formação específica e outra opcional) e os que frequentam os cursos tecnológicos farão os dois primeiros exames e mais uma Prova de Aptidão Tecnológica.
Tanto os sete cursos gerais como os 17 tecnológicos têm um corpo de formação comum - língua portuguesa, educação física, língua estrangeira e filosofia -, de par das disciplinas de formação específica ou científico-tecnológica e duas novas áreas disciplinares obrigatórias: a Área Projecto, para os cursos gerais, e o Projecto Tecnológico.
Os programas estão ainda em fase de reorganização e todas estas mudanças curriculares, só agora divulgadas deverão vigorar em 2001-2002.
Parece bem escasso o tempo para debate.


«Avante!» Nº 1370 - 2.Março.2000