Separatistas
querem alargar território do Kosovo
Albaneses
ao ataque
A tensão que se vive no Kosovo está a aumentar com
novas aventuras separatistas e começa a preocupar os
responsáveis da NATO.
Os movimentos
separatistas albaneses que com o apoio das forças da NATO
procuram consagrar a separação da província do Kosovo da
Sérvia, estão a levar a cabo um plano para promover a
«independência» de mais uma franja do território sérvio. Nos
últimos meses, as movimentações de albaneses nas povoações
sérvias de Presevo, Bujanovac e Medveda intensificaram-se a tal
ponto que os próprios responsáveis da NATO se dizem
preocupados.
O general Wesley Clark, comandante das forças da Aliança
Atlântica, viajou para Tirana a semana passada, alegadamente
para convencer as autoridades da Albânia a não colaborarem nas
provocações separatistas no sul da Sérvia. Segundo
declarações de Arben Xhaferri, dirigente albanês da
Macedónia, Clark classificou a ideia de uma nova ruptura na
Sérvia como «aventureirismo romântico».
Os planos dos separatistas não têm no entanto nada de
romântico. Segundo testemunhos de funcionários ocidentais e da
própria população de origem albanesa, nos últimos tempos
tem-se verificado a transferência de importantes quantidades de
armas de contrabando do Kosovo para Presevo, Bujanovac e Medveda,
ao mesmo tempo que crescem as provocações. Aparentemente, o
objectivo é forçar a polícia jugoslava e as forças sérvias a
actuarem, desencadear os confrontos e levar depois as forças
ocidentais, mais uma vez, a intervirem.
Provocações
É sintomático que
ao reforço das actividades policiais contra as provocações
separatistas se estejam a formar «unidades de autodefesa»
albanesas. O mês passado, alguns membros destas unidades
chegaram ao ponto de se apresentarem armados e de uniforme no
funeral de um albanês morto em confrontos com a polícia. Nos
uniformes ostentavam os dizeres: «Exército de Libertação de
Presevo, Bujanovac e Medveda».
De referir que a ligação daquelas localidades ao Kosovo
aumentaria em 1240 quilómetros quadrados a área da província,
ou seja, um aumento de 10 por cento do território.
Entretanto, em Mitrovica, milhares de sérvios desfilaram
pacificamente no domingo exigindo o respeito pelas suas vidas e o
direito a viverem num Kosovo multiétnico. Os manifestantes
quiseram mostrar ao mundo a sua «determinação de permanecer e
sobreviver no Kosovo», nas palavras do dirigente do Conselho,
porque «o Kosovo sem sérvios não é o Kosovo».
Nos cartazes que ostentavam, os manifestantes não pouparam
críticas às forças da NATO e à comunidade internacional,
acusando-as de apenas se interessarem por «uma parte desta
guerra».
Apesar de todas as evidências da crescente actividade dos
separatistas albaneses, as forças da NATO continuam a acusar
Belgrado e a ameaçar os dirigentes sérvios. «A NATO receia que
a tensão na região leve a uma nova tentativa dos sérvios de
Milosevic de entrar à força na província, porque isso poderia
levar a uma nova intervenção ocidental», dizem responsáveis
da Aliança.