Para sanear a
empresa
Unilever
despede 25 000 trabalhadores
Até 2001, a multinacional anglo-holandesa vai
encerrar 100 das 300 unidades de produção que possui em todo o
mundo e despdir 25 mil trabalhadores. O plano estratégico da
empresa, anunciado a semana passada, visa poupar 1500 milhões de
dólares.
Os cortes drásticos anunciados pela Unilever - cuja produção
abrange vários sectores, entre os quais a alimentação,
produtos de higiene e detergentes, com marcas tão conhecidas
como Calvin Klein, Dove, Lux, os gelados Frigo ou os congelados
Frudesa - vão eliminar 10 por cento dos 246 000 postos de
trabalho que a multinacional mantém em 88 países do mundo.
Embora os responsáveis da empresa não tenham especificado quais
serão os países mais afectados pelos cortes orçamentais agora
decididos, deixaram claro que serão principalmente os mercados
europeus e americanos os principais visados pelo plano de
reestruturação. Com o encerramento de 100 empresas a Unilever
espera poupar cerca de 1500 milhões de dólares nos próximos
três anos, melhorando desta forma os resultados alcançados com
as vendas no ano passado: 43 650 milhões de dólares, ou seja,
menos três por cento do que no ano anterior. Os lucros
operativos de 1999 situaram-se em 4584 milhões de dólares,
menos seis por cento do que em 1998; o rendimento líquido
registou uma queda de 10 por cento em relação ao ano anterior,
situando-se em 2952 milhões de dólares.
As bolsas de Londres e de Amesterdão reagiram favoravelmente ao
plano apresentado pela Unilever, cujas acções subiram
respectivamente 1,3 e 3,5 por cento. Menos entusiástica foi a
reacção dos sindicatos. Na Holanda, o maior sindicato do
sector, o FNV, disse que o plano era «uma desilusão», embora
considerando que «não é radical».
A Unilever propõe-se reduzir de 1600 para cerca de 400 o número
de produtos a comercializar, apostando sobretudo nas marcas mais
conhecidas. Segundo o director executivo da multinacional,
Anthony Burgmans, a redução da oferta «é uma medida
necessária para o saneamento da empresa a longo prazo»,
inserindo-se na «evolução lógica da estratégia que
caracterizou a companhia nos anos oitenta».
No mercado nacional a empresa está presente através da Lever
Portuguesa, ligada ao grupo Jerónimo Martins.