Angola
contesta
Parlamento Europeu
O Governo angolano reagiu com «desagrado»
à resolução do Parlamento Europeu e «desmente categoricamente
que se encontrem encarcerados desde há um ano 20 jornalistas».
A declaração refere que «no ano passado foram de facto
inquiridos alguns jornalistas, mas apenas um esteve detido por
razões profissionais por um período de cerca de dois meses.
Neste momento não existe qualquer jornalista preso».
Por outro lado, as autoridades angolanas consideram que «a
existência de processos-crime contra jornalistas, por abuso de
liberdade de imprensa, não pode ser tomada como prova de
ausência de liberdade» e sublinha que até ao momento «apenas
um jornalista foi levado a tribunal, num processo absolutamente
transparente, regular e imparcial, de acordo com as leis vigentes
na República de Angola».
O comunicado com data de 18 de Fevereiro afirma que «o governo
de Angola não subscreveu nem nunca proferiu ameaças contra a
integridade física de qualquer jornalista, mesmo em relação
àqueles que no exercício das suas funções atentaram contra a
lei e a dignidade do Estado e dos dirigentes angolanos».
Numa referência explícita a Mário Soares, o governo angolano
alude às suas «ligações políticas, ideológicas e de outras
natureza com o criminoso de guerra Jonas Savimbi» e lamenta que
tais personalidades «possam gozar ainda de credibilidade para
conseguir influenciar uma decisão tão grave e infundamentada do
Parlamento Europeu»
Por último, o texto reitera a intenção das autoridades
angolanas de «manter um regime em que serão respeitados todas
as garantias, liberdades e direitos dos cidadãos, de acordo com
a Lei Constitucional»