Cabe a cada
organização definir as suas próprias metas e compromissos para
a campanha de fundos
Comunicar
mais e melhor
Está a decorrer desde o princípio do mês uma Campanha Nacional de Fundos. Para saber dos seus objectivos, o «Avante!» falou com Euclides Pereira, da Comissão Administrativa e Financeira
Segundo Euclides Pereira, esta campanha visa três aspectos da
actividade do Partido: financiar a campanha de promoção e
difusão do «Avante!», criar melhores condições para a
intervenção e a comunicação do Partido com os trabalhadores,
as populações e a sociedade em geral e custear as despesas com
a realização do 16.º Congresso do Partido, em Dezembro.
Trata-se, portanto, de uma campanha com objectivos «muito mais
limitados, do ponto de vista das exigências, que os da última
campanha nacional de fundos», estando, neste momento, as
organizações do Partido a definir as suas próprias metas e
aquilo que se comprometem transferir para a caixa central.
O facto de esta campanha se realizar a poucos meses do
encerramento da que foi realizada para custear as despesas com as
campanhas eleitorais para o PE e para a Assembleia Legislativa,
é, para Euclides Pereira, perfeitamente natural.
«Mais de 90% das receitas do Partido, como mostra a prestação
de contas que anualmente faz ao Tribunal Constitucional, advêm
da sua actividade - quotizações, donativos dos seus militantes,
contribuições dos eleitos em cargos políticos -, logo, são
indispensáveis campanhas como estas. Somos o partido que somos,
a nossa base social de apoio são os trabalhadores e as massas
populares e não temos outras fontes de receitas».
Existe, naturalmente, a consciência de que há muita coisa a
melhorar - uma grande parte dos militantes do Partido, por
exemplo, não paga a sua quotização, «o que desde logo,
constitui uma deficiência, quer do ponto de vista financeiro
quer político, já que o pagamento regular da quotização é um
elo fundamental de ligação do Partido aos seus militantes»
mas as campanhas são «medidas adicionais» que muitas
vezes têm de se tomar. Esta, repete Euclides Pereira, tem como
já se disse objectivos limitados, ...até porque para o próximo
ano as exigências financeiras são muito maiores, vai haver
eleições autárquicas e, com toda a certeza, uma outra
campanha.
Quanto a previsões, Euclides Pereira só nos pode adiantar que
esta, como outras campanhas, «terá mais ou menos êxito quanto
formos capazes de envolver nela todo o Partido, a começar pelos
organismos maios responsáveis do trabalho do Partido aos vários
níveis». Só assim é possível «chegar aos militantes, aos
simpatizantes, às massas trabalhadoras, a todos os que confiam
no PCP».
Os materiais de suporte
A campanha vai ter
os elementos de suporte tradicionais: cupões - de mil, cinco mil
e 10 mil escudos -, lista de recolha de fundos generalizada e um
cartaz com uma tiragem limitada, não só por se tratar de uma
campanha com menos exigências que a do ano passado mas também
pelos custos elevados que esses materiais comportam. São
materiais que apenas visam facilitar a concretização da
campanha a nível das Organizações Regionais.
Quanto a novidades, «elas dependerão muito da capacidade
criativa e inventiva das Direcções Regionais, das
organizações e dos militantes de todo o Partido», pois o facto
de haver elementos centrais, não quer dizer «que as
organizações não criem outros elementos que possam
proporcionar essas novidades».
Apesar de, sob o ponto de vista de intervenção política e de
batalhas eleitorais, o ano em curso não ser tão exigente como o
ano anterior, ele é igualmente exigente em termos de actividade
política, lembra Euclides Pereira. E, para além das iniciativas
específicas, «há que aproveitar» todas as iniciativas
políticas: as comemorações do aniversário do Partido, do 25
de Abril e do 1.º de Maio, particularmente a campanha nacional
que o Partido, sob o lema «Por melhores salários, mais emprego
com direitos», vai dirigir entre Março e Abril aos
trabalhadores
O «desafio», conclui Euclides Pereira, «é sermos capazes de
integrar em toda a actividade do Partido a preocupação da
campanha de fundos».