Câmara do Montijo
Gestão é incompetente e arrogante



O Executivo do PS na Câmara do Montijo não foi capaz, em dois anos de mandato, de dar andamento aos projectos existentes nem de transformar crescimento em desenvolvimento, o que, aliás, é comprovado pela inexistência de Plano de Desenvolvimento Estratégico para o concelho.

Esta opinião foi emitida pelo Encontro promovido pelo PCP para os eleitos e activistas da CDU que acusa ainda a gestão de Amélia Antunes de não acautelar os impactos resultantes da Ponte Vasco da Gama, já que o surto de construção e de novos habitantes que esta nova ponte trouxe para o concelho não tem servido para desenvolvê-lo mas sim para fazer crescer a especulação imobiliária.
Mantém-se o processo de desindustrialização e de desvitalização da economia e a Câmara nem realiza nem atrai o investimento, o que, na opinião do PCP/CDU leva a concluir que as propaladas facilidades de diálogo pela afinidade política entre Câmara e Governo, para a criação de novas infra-estruturas, não passam, afinal, de ilusão.
Quanto a transparência de processos e à «capacidade para fazer negócios» de Amélia Antunes, a população espera que estes não sejam do tipo E. Lecrerc que, «desde o processo de propriedade, aos prejuízos para o comércio, até à inauguração, tantas dúvidas deixaram.
Também a entrada permanente de dinheiro nos cofres da Câmara, resultante da existência de cada vez mais licenciamentos, em vez de serem investidos, estão a constituir um fundo de reserva para as eleições autárquicas.
De facto, a gestão PS pouco mais fez do que dar seguimento às obras que o anterior executivo da CDU tinha em curso, muitas delas já em fase adiantada de concretização.
Mas Amélia Antunes vai mais longe: chama «idiotas» aos montijenses que se opõem à transferência do Cais Fluvial de Passageiros para o Seixalinho, trata mal os trabalhadores da autarquia e é arrogante com os munícipes. Ou seja, um estilo «ditatorial» que contrasta com a tolerância e displicência que tem para com alguns casos que envolvem interesses económicos.
Enfim, uma série de ilegalidades e clientelismos por parte da gestão PS que só é possível combater com uma maior presença dos eleitos da CDU.


«Avante!» Nº 1371 - 9.Março.2000