Carteiros
pararam
a mais de 70 por cento
A adesão à greve dos carteiros, no seu segundo e
último dia, aumentou nos distritos de Faro e Coimbra, disse
sexta-feira um dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores
dos Correios e Telecomunicações. Vítor Narciso indicou um
índice de adesão global de 73 por cento, nos cinco distritos
abrangidos.
Na quinta-feira, um
comunicado do SNTCT/CGTP anunciava uma adesão ligeiramente
superior a 71 por cento, «claramente demonstrativa da vontade
dos trabalhadores». O sindicato afirmava que, com esta greve
pelo reconhecimento dos horários contínuos na distribuição,
«está iniciada a luta que é imparável e que irá estender-se
a todo o País».
Actualmente os carteiros, à excepção dos de Lisboa (cidade) e
Porto, trabalham oito horas e 48 minutos, com uma hora de pausa
para almoço que acabam por não gozar, porque nos locais onde
fazem a distribuição do correio não há condições para
almoçar e, por isso, querem passar a laborar em horário
contínuo de sete horas e 48 minutos, com meia hora de pausa,
explicou Vítor Narciso à Agência Lusa.
Postlog
O dia 3 de Março foi assinalado ainda por uma greve dos trabalhadores afectados pela criação da Postlog. A criação desta empresa pelos CTT, que lhe conferiu os serviços do Express Mail, da UEN, do Marketing, deixou quase três centenas de trabalhadores sem garantias quanto à manutenção dos seus direitos e remunerações. Ao apelar à greve, convocada na sequência de um plenário nacional, o SNTCT reafirma que «a criação do Postlog e de outras empresas para as quais os CTT transferem os seus serviços é um erro», «abre a porta à privatização» e «mais não visa do que a possível obtenção de lucro à custa da precarização do emprego e de desregulamentação dos direitos dos trabalhadores». Os prejuízos, para os funcionários cedidos à nova empresa ou deslocados para outros locais de trabalho, vão desde bruscas alterações nas funções, horários laborais e transportes casa-emprego, até falta de garantia de manutenção do nível de rendimentos, comissões de serviço e cargos de chefia actuais.