1.ª Assembleia de Bragança defende Plano Estratégico de Desenvolvimento para a Região
Valorizar o trabalho e a produção



Sob o lema «Reforçar o PCP, Desenvolver o Nordeste Transmontano, realizou-se, no passado dia 26 de Março, na Pousada da Juventude, em Bragança, a 1.ª Assembleia da Organização Distrital de Bragança do PCP.


Os comunistas reuniram para fazer um balanço e análise ao trabalho realizado e aprovar as principais tarefas futuras, ao mesmo tempo que aproveitaram para comemorar o 79.º aniversário do PCP. Participou nestas iniciativas Henrique de Sousa, membro do Secretariado do Comité Central.
Ao encerrar os trabalhos da Assembleia, Henrique de Sousa fez uma intervenção onde, referindo-se à recente cimeira da União Europeia em Lisboa sobre o Emprego, disse «enquanto os trabalhadores estavam na rua em luta pela defesa do emprego e por melhores salários, o Primeiro Ministro António Guterres estava ao lado dos poderosos». Acrescentando, depois, que «é necessário alterar este situacionismo pantanoso, este bloco central de interesses», o dirigente comunista concluiu, afirmando que «o PCP bate-se por uma alternativa, tanto para o País como, naturalmente, para a região transmontana».
Na base do documento de balanço da actividade e resolução política, apresentado por José Brinquete, membro do Comité Central e coordenador da distrital de Bragança, foi possível discutir e debater a forma de o PCP reforçar a sua direcção, organização e funcionamento e, intervindo no plano distrital, defender melhor e mais eficazmente os interesses e aspirações de progresso e desenvolvimento das populações do Nordeste Transmontano.


Um papel imprescindível


Na 1.ª Assembleia de Organização Distrital participaram 70 delegados vindos de todos os pontos do distrito que elegeram uma nova Comissão Distrital, constituída por 24 membros.
Os delegados à Assembleia aprovaram por unanimidade duas moções - uma, exigindo medidas governamentais face à seca que se faz sentir, com graves prejuízos ao nível da agricultura; outra de repúdio pela ausência das televisões na cobertura do acontecimento – e uma proclamação, onde reafirmam o seu empenhamento no reforço do Partido e no cumprimento das tarefas políticas que se lhe colocam.
Os comunistas consideram que o distrito tem riquezas e potencialidades mas o seu desenvolvimento depende de uma outra política alternativa, de «um outro modelo de desenvolvimento que valorize o trabalho e a produção» e onde uma maior justiça na distribuição dos fundos comunitários dê «credibilidade ao princípio de solidariedade nacional».
Nesse sentido, avançam um vasto conjunto de acções e iniciativas a tomar e de propostas com vista ao desenvolvimento do distrito. Dentre elas, destaca-se a elaboração de um Plano Estratégico de Desenvolvimento para a Região; a criação de um organismo regional e representativo para estabelecer as prioridades de desenvolvimento e gerir a aplicação dos fundos destinados à região; medidas de discriminação positiva, com a aplicação, designadamente, da lei de «Combate à desertificação e recuperação do desenvolvimento nas áreas do interior».
Tanto na Assembleia como no lanche/convívio que se seguiu, e que foi animado pelos actores Glória de Sousa e Fábio Júnior, do Grupo «Teatro em Movimento», participaram ainda cerca de três dezenas de convidados, entre os quais socialistas e personalidades independentes que quiseram afirmar o seu reconhecimento pelo papel imprescindível do PCP na sociedade portuguesa e na defesa de um Portugal livre, independente e desenvolvido.
Durante o convívio, uma bandeira circulou entre a assistência para recolha de donativos destinados à campanha nacional de fundos em curso. Feitas as contas, apurou-se um total de 76 contos, ou seja 15 por cento da meta (500 contos) definida pela organização.


«Avante!» Nº 1375 - 6.Abril.2000