PCP debate em
Setúbal qualidade do ensino e defesa do meio ambiente
Península
de Setúbal é «parente pobre»
«Com o PCP, por uma educação pública de qualidade e gratuita» foi o mote do debate travado no Encontro Regional de Educação e Ensino, que se realizou no auditório da Biblioteca Municipal Bento de Jesus Caraça, na Moita.
O Encontro, promovido pela Direcção da Organização Regional
de Setúbal do PCP, reuniu cerca de 80 participantes -
professores, estudantes, pais, funcionários, eleitos e técnicos
autárquicos e procurou perspectivar e potenciar uma maior
intervenção articulada dos comunistas em defesa de políticas
que preconizem uma escola e uma educação pública de qualidade
e gratuita.
A partir da caracterização e confronto das realidades que
envolvem o meio escolar na península de Setúbal e das
políticas educativas dos governos PS, foram colocados em cima da
mesa análises e propostas de acção em torno de questões como
as condições básicas para uma educação de qualidade; as
responsabilidades e competências das autarquias locais na esfera
educativa; o papel e dimensão de responsabilidades dos
diferentes parceiros, bem como a relação entre os mesmos.
A demagogia do governo e as alterações que, na maioria das
vezes, introduz sem qualquer debate ou auscultação, foram
aspectos que o Encontro denunciou, salientando a necessidade de
qualquer modificação no sistema ser precedida de rigorosa
avaliação, envolvendo obrigatoriamente os diferentes parceiros
no seu debate e, ainda, a necessidade de adequar currículos e
programas às necessidades reais do ensino.
A não transferência de meios financeiros para as autarquias,
inviabilizando uma resposta de qualidade; o incumprimento da lei
quadro da educação pré-escolar; o estrangulamento financeiro
das escolas; a falta de condições físicas materiais e humanas
de muitas das escolas; a inexistência de uma sistema de acção
social escolar corrector de assimetrias, foram, ainda, questões
debatidas e para algumas das quais se apontaram propostas e
perspectivas de trabalho.
Defender ambiente
Também a defesa e
preservação do património natural e o seu aproveitamento
lúdico, turístico e económico, a revalorização,
requalificação e recuperação das zonas ribeirinhas, frentes
de praias atlânticas e a recuperação, ampliação e criação
de parques urbanos e de lazer e de manchas verdes da Península
de Setúbal foram medidas defendidas por Carlos Humberto
Carvalho, do Comité Central, na abertura das Jornadas Regionais
sobre as Questões do Ambiente promovidas pela DORS.
A iniciativa, que decorreu sob o lema «O Homem e a Natureza na
Península de Setúbal», reuniu mais de cem pessoas e numerosas
estruturas. Várias intervenções de especialistas e eleitos
autárquicos colocaram as suas próprias reflexões e deram conta
da vasta obra que, pela via das Câmaras Municipais e da
Associação dos Municípios do Distrito de Setúbal dá e
procura dar resposta aos inúmeros e complexos problemas
colocados pela defesa do meio ambiente e da elevação da
qualidade de vida.
No encerramento dos trabalhos, Jorge Pires, membro da Comissão
Política, considerou que, num contexto em que se verifica «um
desenvolvimento empenhado e qualificado dos agentes políticos,
sociais e económicos da Península», o que se exige ao poder
central é que «não olhe esta região como um parente pobre da
Área Metropolitana de Lisboa» mas «assuma as suas
responsabilidades políticas e promova uma mais equilibrada
distribuição dos meio financeiros que tem à sua
disposição»; que deixe de penalizar mais esta região «só
porque cometeu a ousadia de há muito tempo ter procurado
resolver os problemas básicos das populações».