CGTP reclama ganhos reais



O Plenário Nacional de Sindicatos, que reúne hoje, em Lisboa, na União das Associações de Comerciantes, vai debater a intensificação dos protestos contra a política salarial do Governo, agravada com o aumento dos preços dos combustíveis.

A CGTP exige aumentos reais dos salários e defende a reabertura dos processos negociais onde tal não se verifique, adiantou Carvalho da Silva, na sexta-feira, falando aos jornalistas após uma reunião de emergência do Conselho Nacional da Intersindical Nacional.
A central vai apelar aos trabalhadores para que reforcem os protestos e multipliquem, entre 10 e 20 de Abril, as acções de mobilização e luta em todo o País, «de modo a que o próximo 1º de Maio seja um grande dia de luta», disse o secretário-geral da CGTP, citado pela Lusa.
No calendário sindical, destacou a Cimeira dos Sindicatos da Administração Pública, convocada para amanhã, as greves dos transportes marcadas para dia 11 e a greve na construção civil, dia 12. Carvalho da Silva criticou o facto de António Guterres continuar a afirmar que a inflação se vai manter. «É injusto e não se admite que o primeiro-ministro continue a dizer aos trabalhadores que a inflação se vai manter nos dois por cento e que devem ficar calmos com os aumentos salariais obtidos, enquanto o Governo dá subsídios aos patrões para fazerem face ao aumento dos combustíveis», protestou.


Firmeza natural

«É natural que os sindicatos e os trabalhadores reajam com firmeza às tentativas de impor a moderação salarial, tanto no sector público, como no privado», afirma-se na nota da CGTP que anuncia o plenário de hoje. O Departamento de Informação da central revelou que os sindicatos «tomarão importantes decisões para a sua acção, em matéria de contratação colectiva e de acção reivindicativa», e também sobre a concertação social. O plenário «assumirá ainda posição sobre os projectos de revisão da Lei de Bases da Segurança Social».
Os trabalhos iniciam-se às 11 horas, com uma intervenção de Carvalho da Silva, e deverão terminar cerca das 16 horas.


«Avante!» Nº 1375 - 6.Abril.2000